Possibilidade do dianóstico pré-operatório da apendicite perfurada
Possibility of the preoperatory diagnosis of perforated appendicitis

Rev. bras. cir; 87 (2), 1997
Publication year: 1997

Mesmo após um século de estudo, a morbidade associada à apendicite continua significante. Quando a apendicite aguda progride para perfuração ou necrose, as conseqüências freqüentemente levam a um período de convalescença prolongado e difícil, ou mesmo à morte. Para evitar estas complicações, são necessários diagnósticos e intervenção cirúrgica precoces, mesmo com o permanente risco de remover apêndices normais. O objetivo deste estudo é comparar as diferenças entre os dados clínicos pré e pós-operatórios de dois grupos de pacientes, um com apendicite aguda não-perfurada (GI) e outro com apendicite perfurada (GII), buscando subsídios para poder afirmar se há sintomas ou sinais pré-operatórios que apontem para uma maior possibilidade de perfuração. Foram estudados prospectivamente 106 pacientes, 66 em GI e 32 em GII, tendo sido excluídos oito pacientes por não terem apendicite aguda.

Foram analisados os seguintes dados:

dor e suas características, exame físico (renitência, difusão, alteração de ruídos hidroaéreos (RHA), taquicardia) e sintomas associados à dor (náusea, vômito, sudorese, calafrio, febre, astenia, anorexia, tontura, diarréia, obstipação, tenesmo, disúria e dispepsia) e leucocitose no laboratório. Posteriormente estes dados foram submetidos a análise estatística com o teste do Qui-quadrado. Apenas nove dados foram estatisticamente significantes (p<0,005): dor tipo pontada, dor tipo contínua, duração da dor, sudorese, calafrios, renitência em fossa ilíaca direita, contratura generalizada, distensão e RHA alterados. Com base nestes resultados, não foi possível afirmar que a perfuração é previsível, uma vez que os dados estatisticamente significantes são sinais e sintomas de progressão da doença. A observação ativa o hospital constitui meio de eleição para decidir o melhor momento para a intervenção cirúrgica, sem aumentar os riscos para o paciente (CNPq).

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