Em 36 pacientes submetidos a cirurgia por neoplasia pancreática foram realizados lavados peritoneais, imediatamente após a laparotomia, para determinar a presença ou não de células neoplásicas neste líquido. Em 28 (78 por cento) doentes o tumor se localizava na cabeça do pâncreas e o estudo citológico, do líquido obtido, foi positivo para células neoplásicas em sete (25 por cento), enquanto que nos oito (22 por cento), com tumor corpo-caudal, o mesmo foi positivo em três (37.5 por cento). Considerando a totalidade dos casos, em apenas 28 por cento dos doentes detectou-se células neoplásicas nos estudos citológicos do lavado peritoneal. Do total de pacientes, 14 (39 por cento) apresentavam metástases hepáticas e destes, células do adenocarcinoma pancreático foram evidenciadas no lavado peritoneal em quatro (28.5 por cento) situações e, em 12 pacientes do total (33 por cento), apresentavam extenso comprometimento linfonodal e destes, três (25 por cento) apresentavam células malignas no líquido colhido. A presença de células esfoliadas na cavidade peritoneal deve ser considerada como um dado a mais no estadiamento das neoplasias pancreáticas no que se refere as alternativas cirúrgicas e dados prognósticos.