A reduçäo da capacidade física de crianças desnutridas já foi documentada na literatura. Porém, vários problemas de desenho experimental fazem com que os resultados desses estudos sejam difíceis de se interpretar porque fatores como raça, classe sócio-econômica e diferenças culturais em que as crianças vivem näo säo controlados. Portanto esse estudo foi idealizado para se comparar os resultados de determinados testes físicos de garotos desnutridos (DES) e näo desnutridos (N-DES), n= 27 e 65 respectivamente de uma escola de Rede Pública na Baixada Fliminense, Rio de Janeiro. A hipótese a ser testada era a de que os resultados dos testes físicos dos garotos DES seriam significativamente inferiores aos N-DES, mas que poderiam ser comparáveis se esses resultados fossem expressos em relaçäo a índices de massa corporal (IMC). Para todas as medidas antropométricas os DES mostraram valores significativamente inferiores aos N-DES. Näo houve diferença nos resultados absoslutos da dinamometria manual da mäo direita, impulssäo vertical. Shuttle run, e corrida de 50 metros entre os garotos DES e N-DES. Ao se dividir peloas IMC, dois padröes de resposta ocorreram; os garotos DES tiveram valores superiores aos N-DES, na força de preensäo e impulsäo vertical. Nos testes onde o deslocamento do corpo era exigido (Shuttle run e corrida de 50 metros), os DES foram significativamente mais lentos que os N-DES mesmo quando os resultados foram expressos em relaçäo aos IMC. Com base nesses dados os autores concluem que a performance em determinados testes físicos de garotos DES pode ser comparável aos resultados obtidos em garotos N-DES que vivem nas mesmas condiçöes sócio-econômicas e sanitárias e freqüentam a mesma escola pública