A capacidade aeróbica tem sido considerada uma das mais importantes variáveis de aptidäo física. Observamos na literatura a inexistência no Brasil de curvas de escolares de PWC 170 ou consumo máximo de oxigênio, para serem utilizadas como valores referenciais. Procurando dar nossa contribuiçäo neste sentido, avaliamos 540 escolares da rede pública de ensino nas idades de 10 a 18 anos, sendo 30 em cada sexo e idade. Todos foram avaliados em uma bicicleta ergométrica Monark, onde foram adminsitradas 2 cargas com 4 minutos de duraçäo cada uma. A freqüência cardíaca foi verificada nos 15 segundos finais de cada minuto, sendo utilizada a do último minuto de cada carga para o cálculo da PWC 170. Calculamos também o VO2 máximo através do nomograma de Astrand. Foi ainda avaliado o peso corporal, altura total, altura tronco cefálica, menarca nas meninas e presença ou näo de pelos axilares nos meninos. Na comparaçäo dos dados nas diferentes idades no mesmo sexo utilizamos a análise de variância "one way", entre os dois sexos na mesma idade o teste "t de student", sendo pré-determinado o nível de significância de P < 0,01. Calculamos também o índice de correlaçäo de Pearson para verificar a relaçäo entre os valores de PWC 170 e VO2. Os resultados mostraram que os meninos apresentaram aumentos da PWC 170 até os 18 anos, enquanto as meninas aumentaram até os 13 anos. Na comparaçäo entre os dois sexos foi observado que os meninos tiveram reultados estatisticamente superiores a partir de 13 anos. Quanto aos valores de VO2 em 1/min., observamos basicamente os mesmos reultados da PWC 170. Quando o VO2 foi corrigido pelo peso corporal, observou-se um declínio dos dados a partir de 10 anos nos sexo feminino, enquanto que para o sexo masculino näo foram encontradas diferenças significantes nas diferentes idades. Portanto, ao analisarmos a capacidade aeróbica em escolares de 10 a 18 anos pudemos verificar que em termos absolutos o sexo masculino teve um grande aumento após a puberdade, sendo que para o sexo feminino observou-se uma estabilizaçäo dos resultados. Em valores relativos os meninos näo apresentaram diferenças entre as idades e as meninas mostraram valores decrescentes principalmente no período pré-pubertário