Stress, emoçäo e exercício
Stress, emotions and exercise

Rev. bras. ciênc. mov; 4 (4), 1990
Publication year: 1990

Especulaçöes sobre os efeitos do "stress" na saúde física e mental começaram já no final do século XIX. Os primeiros estudos desta época sugeriam que o "stress" contribuía para o desenvolvimento de doenças cardíacas (23). Este efeito adverso do "stress" sobre a saúde física e psicológica tem sido desde entäo reconhecido e avaliado pela comunidade científica. Depressäo, raiva e altos níveis de ansiedade tanto somática quanto cognitivia säo exemplos de manifestaçöes psicológicas e fisiológicas ao "stress" encontrados na literatura. Isto nos demonstra que o organismo reage às situaçöes de "stress" dentro de um processo psico-biológico que envolve três elementos: a situaçäo de "stress" propriamente dita, a cogniçäo e a reaçäo emocional. Através da associaçäo constante destes três elementos, problemas de saúde como doenças coronarianas, hipertensäo, insônia e enxaqueca aparecem como característica de um quadro psicossomático. Sendo o "stress" uma parte integrante da vida moderna, dominar o "stress" se torna uma necessidade básica para o crescimento e desenvolvimento normal do ser humano (23). Com este objetivo, diversas pesquisas têm sido realizadas procurando-se verificar os fatores que poderiam reduzir os efeitos patológicos do "stress". As teorias mais contemporâneas mostraram que o exercício pode diminuir as desordens provocadas pelo "stress" através da diminuiçäo da ansiedade, da reduçäo dos sintomas de depressäo, da melhora das funçöes cognitivas, de uma recuperaçäo cardio-vascular mais rápida e de melhores hábitos de sono. Em resumo, estas teorias têm demostrado que o exercício tem uma natrueza multidimensional apresentando benefícios näo só fisiológicos como também psicológicos. Portanto, a prática de exercícios seria um fator de proteçäo näo só contra as circunstâncias ou situaçöes estressantes que colocam em risco o equilíbrio do ser humano. No entanto, uma importante meta para futuras pesquisas deve ser o de avaliar näo só o potencial dos exercícios, mas também suas limitaçöes, pois pouco se sabe acerca do volume, da dose ideal de exercícios para cada indivíduo de modo que eles realmente diminuam os sintomas de "stress" e näo criem um efeito parodoxal

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