O ser-coronariopata: entre o viver autêntico e as amarras ao cotidiano

Rev. bras. enferm; 52 (1), 1999
Publication year: 1999

Estudo fenomenológico, cujo objeto é o sentido atribuído pelos coronariopatas às suas experiências vivenciadas.

Das entrevistas foram extraídas as significaçöes:

temer a morte e o retorno dos sintomas agudos; perceber a transformaçäo na vida social, profissional e sexual; sentir-se vigiado; conformar-se com a nova condiçäo e sentir tristeza e inconformaçäo. Estas significaçöes subsidiaram a análise compreensiva a qual, respaldada na obra Ser e tempo de Martin Heidegger, permitiu captar o sentido nelas velado. Os coronariopatas desvelaram-se existentes inautênticos ao temerem "algo", prenderem-se à tagarelice e ao vigor de ter sido. Ainda, transcendem ao existir autêntico quando angustiam-se, assumindo a coronariopatia como possibilidade de ser-no-mundo, embora fracassem nesta tarefa e voltem às amarras do cotidiano. O estudo reflete a necessidade de privilegiar a dimensäo existencial na assistência à saúde e na formaçäo dos profissionais, além da compreensäo do outro como esteio para o cuidar.

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