ABCD (São Paulo, Impr.); 1 (3), 1986
Publication year: 1986
É freqüente a associaçäo de icterícia e pancreatite crônica devido a várias causas:
abscesso pancreático, pseudocisto, divertículo justa-ampolar, homólise, coledocolitíase, edema pancreático, fibrose pancreática, papilite. O paciente com colangiopatia pancreática crônica (CPC), isto é, progressiva estenose do colédoco intrapancreático, que leva à obstruçäo com risco de colangite e cirrose biliar, é o motivo do presente estudo. De 57 pacientes com pancreatite crônica alcoólicca, 12 foram operados por pseudocisto; 45, portadores de dor intratável, sofreram intervençäo sobre o parênquima pancreático. De todo o grupo, nove tinham concomitantemente estenose do colédoco terminal e exibiam taxas persistentemente elevadas de fosfatase alcalina, que é o dado laboratorial mais expressivo. O diagnóstico da CPC foi realizado por colangiopancreatografia retrógada (CPGE) ou colangiografia trans-operatória. A bile, submetida à cultura, foi estéril em 42,8% dos casos e, nos outros, os germes encontrados foram: E. coli (42%) e Proteus vulgaris (14,4%). Näo houve complicaçäo de óbitos pós-operatórios. É conhecido que a cirurgia na CPC näo altera o curso fundamental da doença pancreática, porém, se realizada, alivia a dor e diminui as complicaçöes da CPC na maioria dos doentes. A escolha do momento de se realizar a intervençäo cirúrgica é, portanto, difícil. Alguns autores sugerem a realizaçäo de biopsias hepáticas bienais e, realizando a intervençäo quando surgirem os primeiros sinais de cirrose, optando-se entre coledocoduodenoanastomose, colecistojejunoanastomose ou, preferivelmente, uma hepaticojejunoanastomose, acompanhada de colecistectomia