Foram analisados parâmetros maternos e perinatais em 43 gestantes portadoras da doença de Chagas, assistidas no HCFMRP. A cada gestante chagásica foi atribuído um controle individual selecionado entre gestantes nao chagásicas com as mesmas características de idade, raça, estado civil, paridade, idade gestacional e sexo do nascituro. Foi observado que 17 chagásicas (39,5 por cento) apresentavam história de um ou mais abortamentos espontâneos, 33 (76,7 por cento) possuíam alguma patologia associada à gestaçao e sete (l6,3 por cento) tiveram complicaçoes obstétricas na gestaçao atual. O parto vaginal foi ultimado com emprego de fórceps em seis gestaçoes (l4,0 por cento) do grupo chagásico enquanto que no grupo-controle nao houve utilizaçao de fórceps. O peso médio dos nascituros foi significativamente menor e a incidência de mortalidade perinatal foi significativamente maior no grupo de portadoras da doença. As elevadas incidências de patologias associadas na gestaçao e de mortalidade perinatal, assim como a hipotrofia neonatal, permitem enquadrar as gestantes chagásicas como grupo de alto risco obstétrico.