Distúrbios urinários no climatério: avaliaçäo clínica e urodinâmica
Postmenopausal urinary disorders: clinical and urodynamic evaluation

Rev. bras. ginecol. obstet; 21 (2), 1999
Publication year: 1999

Objetivos:

avaliar a freqüência dos distúrbios urinários e a variaçäo dos parâmetros urodinâmicos segundo o tempo de pós-menopausa.

Métodos:

foram estudadas 242 mulheres menopausadas atendidas nos Setores de Climatério e de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal da Disciplina de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina, UNIFESP, que apresentavam queixas urinárias. As pacientes foram agrupadas segundo o tempo de pós-menopausa em: grupo A - até 4 anos; grupo B - de 5 a 9 anos e grupo C - mais de 10 anos. Todas foram submetidas a anamnese, exame ginecológico e estudo urodinâmico. Analisamos a freqüência de alteraçöes urinárias e a variaçäo dos parâmetros urodinâmicos, como volume urinário (VOL); tempo total de micçäo (TTM); fluxos urinário máximo (FMAX) e médio (FM); resíduo pós-miccional (RES); capacidade vesical primeiro desejo miccional (CVID); capacidade vesical máxima (CVM); pressäo máxima de fechamento uretral e comprimento funcional da uretra, com bexiga cheia e vazia (PMCH, PVM, CFUCH, CFV). Os dados foram analisados estatisticamente.

Resultados:

o diagnóstico clínico mais comum foi de incontinência urinária de esforço (IUE) nos três grupos, porém observou-se maior incidência de urgência miccional com o evoluir do tempo de pós-menopausa. Em relaçäo ao diagnóstico urodinâmico, 93,6 por cento, 84,6 por cento e 90,7 porcento, respectivamente, das pacientes dos grupos A, B e C apresentaram IUE, ao passo que 4,8 por cento, 13,5 por cento e 6,2 por cento revelaram instabilidade vesical. Houve diminuiçäo dos seguintes parâmetros urodinâmicos, segundo o tempo de pós-menopausa: TTM, FMAX e CVID, além de aumento do resíduo pós-miccional.

Conclusöes:

apesar da elvada incidência de sintomas urinários irritativos, como urgência incontinência, a IUE foi a principal afecçäo urinária nesta faixa etária.

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