O risco para queixas ginecológicas e disfunções sexuais segundo história de violência sexual
Risk of gynecologic complaints and sexual dysfunctions according to history of sexual violence

Rev. bras. ginecol. obstet; 22 (3), 2000
Publication year: 2000

Objetivo:

avaliar, numa população brasileira, a possível associação entre história de violência sexual e algumas das queixas ginecológicas referidas com maior freqüência pelas mulheres.

Métodos:

análise secundária de dados de um estudo do tipo transversal retrospectivo em que foram entrevistadas, em seus domicílios, 1.838 mulheres com 15 a 49 anos de idade, residentes em Campinas e Sumaré, no Estado de São Paulo. Utilizou-se um questionário estruturado e pré-testado, que permitiu caracterizar a história de violência sexual das mulheres, a existência de disfunções sexuais e a presença de sintomas ginecológicos no ano anterior a entrevista. As diferenças estatísticas foram avaliadas com o teste χ².

Resultados:

pouco mais de um terço (38,1 por cento) das mulheres não relatou história de violência sexual; 54,8 por cento referiram que, alguma vez, tiveram relações sexuais contra sua vontade, sem terem sido forçadas a isto, embora 23 por cento mencionaram algum tipo de constrangimento; 7,1 relataram já terem sido forçadas a manter relações. Verificou-se associação estatística entre história de violência sexual e a referência a queixas ginecológicas e a disfunções sexuais.

Conclusões:

evidenciou-se que até formas menos agressivas de imposição da vontade masculina na vida sexual do casal associaram-se a uma maior prevalência das queixas ginecológicas mais freqüentes. O ginecologista deve, portanto, ter em conta este fator etiológico, excepcionalmente considerado no presente momento

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