Rev. bras. ginecol. obstet; 22 (3), 2000
Publication year: 2000
Objetivos:
deteminar a freqüência de recorrência das crises convulsivas após tratamento com sulfato de magnésio, avaliando o tratamento adotado e o prognóstico materno. Casuística e métodos:
analisaram-se todos os casos de eclâmpsia atendidos no IMIP entre janeiro de 1995 e junho de 1998. Sulfato de magnésio e oxigenoterapia foram administrados para todas as pacientes, interrompendo-se a gravidez após estabilização do quadro clínico. Determinou-se a freqüência de complicações maternas de acordo com a presença ou não de recorrência da crise convulsiva, utilizando-se o teste X² de associação, a um nível de significância de 5 por cento. Resultados:
doze pacientes apresentaram recorrência da eclâmpsia após sulfato de magnésio (10 por cento), repetindo-se então metade da dose de ataque. Em 4 destas verificou-se nova recorrência, administrando-se então diazepam endovenoso. Depois do diazepam, uma paciente ainda teve crises repetidas, sendo então realizada infusão de fenitoína e, posteriormente, indução do coma barbitúrico (tionembutal). Essa paciente foi submetida a tomografia computadorizada, constatando-se hemorragia intracraniana. As complicações maternas foram significativamente mais freqüêntes no grupo com recorrência:
coma (16,7 por cento versus 0,9 por cento), acidose (50 por cento versus 2,9 por cento), edema agudo de pulmão (16,7 por cento versus 2,9 por cento), hemorragia cerebral (16,7 por cento versus 0 por cento) e insuficiência renal aguda (16,7 por cento versus 1,9 por cento). Ocorreram 3 casos de morte materna no grupo com recorrência (25 por cento) e 2 no grupo sem recorrência (1,9 por cento). Conclusões:
a recorrência da crise convulsiva é pouco freqüente após uso do sulfato de magnésio (10 por cento), porém associa-se a aumento da morbimortalidade materna, requerendo acompanhamento em UTI e realização de tomografia para exclusão de hemorragia cerebral