Rev. bras. ginecol. obstet; 22 (4), 2000
Publication year: 2000
Objetivo:
analisar a incidência de perfuração de luvas cirúrgicas durante atos operatórios ginecológicos. Métodos:
estudo prospectivo de 454 luvas usadas em 65 procedimentos utilizando-se o método de pressão de água. Resultados:
do total de 454 luvas examinadas, foram verificadas perfurações em 54 (11,9 por cento), sendo estatisticamente significativo o maior número de perfurações em comparação ao grupo controle, uma (1,7 por cento) em 60 analisadas (p<0,05, teste do c²). Das 65 cirurgias, em 29 (44,6 por cento) ocorreram perfurações. Com relação ao tipo de perfuração, 44 (81,5 por cento) foram simples e 10 (18,5 por cento) foram múltiplas (mais de uma perfuração em uma única luva), tendo predomínio da mão esquerda com 49 (72,1 por cento) perfurações. Entre os membros da equipe, o maior índice de perfuração foi nas luvas dos cirurgiões com 28 ocorrências (41,1 por cento), seguido dos primeiros auxiliares e instrumentadores, com 15 (22,1 por cento) cada, e segundos auxiliares, com 10 (14,7 por cento). O local da luva onde ocorreu o maior número de perfurações foi o dedo indicador, com 20 (29,5 por cento), seguido do polegar, com 14 (20,6 por cento). A cirurgia que apresentou o maior índice de perfuração foi a histerectomia total, com 50 por cento dos casos. Conclusões:
a perfuração de luvas durante cirurgias ginecológicas é freqüente. A histerectomia total é a cirurgia que apresenta maior índice de perfuração. Entre os membros da equipe, o cirurgião é quem apresenta o maior índice. O dedo indicador é o local da luva que apresenta maior número de perfurações.