Relação entre a classificação clínica de White e a histopatologia das placentas de gestantes diabéticas
The relationship between White's classification and the histopathological changes in the placentas of diabetic pregnant women

Rev. bras. ginecol. obstet; 22 (7), 2000
Publication year: 2000

Objetivo:

analisar a relação entre a classificação clínica de White e as alterações histopatológicas de placentas de gestantes diabéticas, comparando, de forma qualitativa, as alterações histopatológicas de placentas de gestantes não-diabéticas e diabéticas gestacionais (classes A e A/B), clínicas de curta duração (classes B e C) e clínicas com vasculopatia (classes D a FRH), no termo e pré-termo, e de acordo com a qualidade do controle glicêmico na gestação.

Pacientes e métodos:

foram colhidas amostras de placentas de todas as gestantes diabéticas, atendidas entre 1991 e 1996 na Maternidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, coradas pela técnica de hematoxilina-eosina e submetidas a exame histopatológico. A qualidade do controle glicêmico foi analisada pela média glicêmica da gestação e classificada em adequada e inadequada, com limite de 120 mg/dl. A idade da gestação foi individualizada em termo e pré-termo.

Resultados:

observou-se que 42 recém-nascidos (43,3 por cento) eram de termo e o restante, de pré-termo (56,7 por cento). O índice de prematuridade foi maior nas diabéticas clínicas (classes B e C; D a FRH).

Algumas alterações histopatológicas só foram encontradas em placentas de gestantes diabéticas:

degeneração cistóide, edema corial, edema da íntima, dismaturidade, hiperplasia das células de Hofbauer, vilite, células fantasmas, dois vasos no cordão umbilical e endarterite.

Conclusões:

as alterações histopatológicas de placentas de gestantes com diabete gestacional (classes A e A/B), clínico de curta duração (classes B e C) e clínico com vasculopatia (classes D a FRH) foram semelhantes às das não-diabéticas e, portanto, independeram da classificação clínica de White. As alterações histopatológicas de placentas de gestantes não se relacionaram com a idade gestacional ao nascimento e com a qualidade do controle glicêmico materno. A comparação entre as alterações histopatológicas e a elevada proporção de recém-nascidos pré-termo nas diabéticas clínicas, classes D a FRH, sugerem amadurecimento placentário precoce nas diabéticas clínicas com vasculopatia.

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