Abortamento séptico: identificaçäo de fatores de risco para complicaçöes
Septic abortion: identifying risk factors for complications

Rev. bras. ginecol. obstet; 23 (3), 2001
Publication year: 2001

Objetivo:

estudar um grupo de mulheres atendidas com quadro de abortamento séptico, analisando o quadro clínico e terapêutica, identificando um grupo de maior risco para complicaçöes.

Métodos:

analisaram-se retrospectivamente dados referentes a 224 pacientes com diagnóstico de abortamento séptico. Foram coletados dos prontuários a idade da paciente, paridade, quadro clínico, exames laboratoriais e de imagem, o tratamento e as complicaçöes. A possibilidade de induçäo do abortamento foi baseada nas informaçöes das pacientes e/ou dos parentes e acompanhantes. O diagnóstico de abortamento séptico foi baseado na história clínica, quadro clínico, hemograma, dor à mobilizaçäo do útero e anexos e presença de leucorréia purulenta proveniente do canal cervical.

Resultados:

a média de idade das pacientes foi de 21,4 ñ 6,2 anos, sendo que 45 tinham menos de 20 anos (20,1 por cento); 66 eram primigestas (29,5 por cento) e 55, secundigestas (24,5 por cento). Em 143 mulheres (63,8 por cento) este abortamento foi o primeiro. As manifestaçöes clínicas mais freqüentes foram a hemorragia presente em 83,9 por cento dos casos e a febre em 61,1 por cento. A induçäo do abortamento foi informada por 37,9 por cento das pacientes, 33,9 por cento informaram que o abortamento havia sido espontâneo e 28,2 näo informaram se foi ou näo espontâneo. Histerectomia foi indicada em 5 casos. Nenhuma histerectomia foi realizada no grupo de pacientes com abortamento espontâneo (2,2 por cento) e o número de complicaçöes neste último grupo foi menor (3,9 por cento versus 1,8 por cento do grupo com abortamento induzido), p<0,05.

Conclusäo:

a informaçäo da induçäo do abortamento é um dado importante, pois estas pacientes apresentam maior risco para complicaçöes.

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