Intolerância glicêmica e o prognóstico perinatal em gestantes utilizando anti-retrovirais
Carbohydrate intolerance and perinatal prognosis in pregnant women making use of antiretroviral drugs

Rev. bras. ginecol. obstet; 25 (7), 2003
Publication year: 2003

OBJETIVOS:

estudar o efeito das drogas anti-retrovirais sobre o metabolismo glicêmico em gestantes portadoras do HIV-1 e a açäo dessas medicaçöes sobre o prognóstico perinatal.

MÉTODOS:

estudo prospectivo realizado em 57 gestantes divididas em três grupos: grupo AZT, utilizando zidovudina (n=20); grupo TT, utilizando zidovudina+lamivudina+nelfinavir (n=25), e grupo controle, gestantes normais (n=12). Obteve-se a área sob a curva (ASC) das glicemias após teste oral de tolerância à glicose com 75 g de glicose em quatro oportunidades durante a gravidez (1º=14-20 semanas, 2º=21-26 semanas, 3º=27-32 semanas e 4º=33-38 semanas). O prognóstico perinatal levou em consideraçäo as taxas de prematuridade, restriçäo de crescimento intra-útero (RCIU), baixo peso ao nascer, mortalidade perinatal e transmissäo vertical do HIV-1. Os dados foram analisados utilizando-se os testes näo paramétricos do c², de Friedman e de Kruskal-Wallis.

RESULTADOS:

os valores da mediana da ASC foi de 11.685 mg/dL-2h para o grupo controle, 13.477 mg/dL-2h para o grupo AZT e 13.650 mg/dL-2h para o grupo TT (p=0,049). Näo se observou efeito deletério dos anti-retrovirais sobre as taxas de prematuridade, baixo peso ao nascer, RCIU e índices de Apgar. Näo houve nenhum caso de transmissäo vertical do HIV-1.

CONCLUSÖES:

verificou-se o desenvolvimento de intolerância glicêmica em gestantes que utilizaram tratamento tríplice, näo sendo observado naquelas que utilizaram apenas AZT. Näo houve efeitos deletérios dos anti-retrovirais sobre o prognóstico perinatal

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