Rev. bras. ginecol. obstet; 26 (1), 2004
Publication year: 2004
OBJETIVO:
correlacionar espessamento endometrial diagnosticado por ultra-sonografia com os achados histeroscópicos, em mulheres na pós-menopausa. MÉTODOS:
foi realizado estudo transversal com avaliação histeroscópica em 121 mulheres na pós-menopausa, com diagnóstico de espessamento do endométrio por ultra-sonografia transvaginal. Das pacientes incluídas, 23 (19 por cento) recebiam diferentes esquemas de hormonioterapia e 98 não referiam uso de reposição hormnonal.; 55 pacientes queixavam-se de sangramento por via vaginal e as restantes apresentavam-se sem esta condição. Os exames endoscópicos foram realizados ambulatorialmente, utilizando-se histeroscópio rígido de 4 mm. Para a distensão da cavidade uterina empregou-se gás carbônico (CO2). Biópsia foi praticada em todas as pacientes, com auxílio de cureta tipo Novak, de 3 mm, e o material obtido submetido a estudo histopatológico. RESULTADOS:
a espessura do endométrio variou entre 6 e 38 mm, com média de 10,7 ± 5,3 mm. Os achados histeroscópicos foram:
lesão polipóide, em 51 pacientes (42,1 por cento); endométrio atrófico, em 15 (12,4 por cento); sinéquia senil, em 15 (12,4 por cento); espessamento focal, em 13 (10,7 por cento); lesão cerebróide, em 6 (5,0 por cento); endométrio proliferativo, em 5 (4,1 por cento); muco, em 5 (4,1 por cento); mioma, em 4 (3,3 por cento); endométrio secretor, em 3 (2,5 por cento); hiperplasia endometrial, em 3 (2,5 por cento) e atrofia cística, em 1 (0,8 por cento). Observou-se correlação entre os achados histeroscópicos e os resultados da histopatologia em 30 dos 51 casos de pólipo, em 12 dos 15 de endométrio atrófico e na totalidade dos casos sugestivos de hiperplasia endometrial e de adenocarcinoma. CONCLUSAO:
na maioria das pacientes, o exame histeroscópico revelou que não se tratava de real espessamento endometrial, mas sim de outras variedades de lesão da cavidade uterina.