Relação entre diagnóstico citopatológico de neoplasia intra-epitelial cervical e índices de células CD4+ e de carga viral em pacientes HIV-soropositivas
Association of cervical intraepithelial neoplasia with CD4 T cell counts and viral load in HIV-infected women

Rev. bras. ginecol. obstet; 26 (2), 2004
Publication year: 2004

OBJETIVO:

relacionar a gravidade de lesão cervical diagnosticada por exame citopatológico à contagem de células CD4+ e à carga viral de RNA-HIV em pacientes HIV-soropositivas.

MÉTODOS:

foram avaliadas retrospectivamente, por meio de revisão de prontuários, 115 pacientes HIV-positivas atendidas em ambulatório de hospital universitário, no período de janeiro de 2002 até abril de 2003. Oitenta e três casos apresentaram diagnóstico de neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) ao exame citopatológico, e trinta e dois, exames sem alterações. Todas as pacientes apresentavam contagem de células CD4+ e carga viral à época do exame. Os casos foram distribuídos quanto ao índice de células CD4+ em três grupos: CD4 acima de 500 cel/mm3, entre 200 e 500 cel/mm ou abaixo de 200 cel/mm , e, em outros três grupos, quanto à carga viral de HIV: menor do que 10.000 cópias RNA-HIV/mL, entre 10.000 e 100.000 cópias RNA-HIV/mL ou maior do que 100.000 cópias RNA-HIV/mL. A verificação da hipótese de associação foi realizada por meio do teste exato de Fisher.

RESULTADOS:

das 83 pacientes com NIC citopatológico, 73 por cento apresentaram contagem de células CD4+ abaixo de 500 células/mm . Em qualquer das faixas de contagem de células CD4+, mais da metade das pacientes apresentavam NIC I citopatológico. Quanto à carga viral de HIV, 71,7 por cento das pacientes com menor carga viral de HIV apresentaram NIC I, ao passo que 11,3 por cento revelaram NIC III. Já no grupo com maior carga viral (100.000 cópias/mL), em 61,5 por cento do total de pacientes o exame citopatológico foi compatível com NIC I, e 30,8 por cento com NIC III.

CONCLUSAO:

houve evidência de associação entre carga viral e NIC (p=0.013), não sendo observado o mesmo em relação à contagem de linfócitos CD4+. A presença de infecção secundária cervicovaginal foi considerada possível fator confundidor.

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