Avaliação da medida do comprimento do colo e da ausência do eco glandular endocervical para predição do parto pré-termo
Evaluation of risk for preterm delivery by measurement of uterine cervix and cervical gland area

Rev. bras. ginecol. obstet; 26 (3), 2004
Publication year: 2004

Objetivo:

verificar a prevalência do sinal eco glandular endocervical (EGE) e o comprimento cervical menor ou igual a 20 mm em gestantes entre a 21ª e a 24ª semana e comparar estes sinais ecográficos como fatores indicadores de parto pré-termo espontâneo.

Métodos:

estudo prospectivo transversal no qual foram incluídas 361 gestantes da população geral, para realização de exame ultra-sonográfico em idade gestacional entre a 21ª e a 24ª semana. Os critérios de exclusão do estudo foram malformações müllerianas, gestações múltiplas, malformações fetais, óbito fetal, alterações da quantidade de líquido amniótico, placenta com inserção segmentar, antecedentes de cirurgia no colo uterino (conização, amputação, cerclagem) e procedimentos cirúrgicos durante a gestação. Após a realização do exame ultra-sonográfico obstétrico morfológico efetuado por via abdominal, seguiu-se o exame ecográfico por via vaginal para observação de uma faixa hipoecóica ou hiperecóica adjacente ao canal endocervical correspondente às glândulas do epitélio endocervical (EGE) e mensuração do comprimento cervical. As variáveis qualitativas são representadas por freqüência absoluta e relativa, ao passo que as variáveis quantitativas, por média, desvio-padrão, mediana e valores mínimo e máximo. A associação entre as variáveis qualitativas foi avaliada pelo teste qui-quadrado ou teste exato de Fisher. Para cada variável estudada, foi calculado o risco relativo seguido do intervalo com 95 por cento de confiança. A técnica de análise de regressão logística univariada foi utilizada para verificar, entre as variáveis estudadas, quais foram indicativas de parto pré-termo espontâneo. O nível de significância adotado foi de 95 por cento (alfa = 5 por cento) e descritivos (p) iguais ou inferiores a 0,05 foram considerados significantes.

Resultados:

a incidência do parto pré-termo espontâneo foi de 5,0 por cento. O comprimento do colo uterino revelou-se igual ou inferior a 20 mm em 3,3 por cento da população estudada e em 27,8 por cento das pacientes que apresentaram parto pré-termo espontâneo. A ausência do EGE foi detectada em 2,8 por cento das pacientes estudadas e em 44,4 por cento das pacientes que evoluíram para parto pré-termo espontâneo. A associação entre ausência do EGE e presença do colo curto revelou-se estatisticamente significante (p<0,001). A ausência do EGE teve forte associação com parto pré-termo espontâneo e risco relativo de 28,57, com intervalo de confiança...

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