Valor do dilatador higroscópico para visualização do canal endocervical na conização com cirurgia de alta freqüência
Value of the hygroscopic dilator for visualization of the endocervical in conization by loop electrosurgical excision procedure

Rev. bras. ginecol. obstet; 26 (3), 2004
Publication year: 2004

Objetivo:

avaliar a eficácia do dilatador higroscópico para auxiliar o exame colposcópico do canal endocervical, em pacientes com lesão de alto grau e colposcopia insatisfatória.

Métodos:

estudo prospectivo no qual foram incluídas 62 pacientes com exames colposcópicos insatisfatórios e citologia sugestiva de lesão de alto grau. Todas foram submetidas à dilatação do canal por meio de dilatador higroscópico. Após a dilatação os novos achados colposcópicos foram registrados e procedeu-se à conização por cirurgia de alta freqüência (CAF). Comparamos a incidência de comprometimento neoplásico das margens cirúrgicas operatórias entre as pacientes que modificaram o exame para satisfatório e aquelas que persistiram insatisfatórios. Para comparação entre a incidência de margens comprometidas e a incidência de doença residual, foram utilizados dois grupos controle retrospectivos: grupo GinSat (n=35): pacientes com colposcopias insatisfatórias; grupo GSat (n=38): pacientes com colposcopias satisfatórias e atipia de localização endocervical.

Resultados:

em 80,6 por cento dos casos a visão colposcópica após a dilatação foi satisfatória. Destes, 80,4 por cento apresentaram margens livres de doença. A incidência de margens livres nas pacientes com colposcopias insatisfatórias persistentes após a dilatação foi de 36,3 por cento. O comprometimento das margens cirúrgicas ocorreu em 28,0 por cento no grupo submetido à dilatação, em 28,5 por cento dos casos no grupo GinSat e em 31,5 por cento no grupo Gsat. No acompanhamento verificou-se a incidência de 7,5 por cento de doença residual nas pacientes submetidas à dilatação. No grupo GinSat a incidência de doença residual foi de 28,6 por cento e no grupo GSat foi de 28,9 por cento.

Conclusão:

o uso do dilatador higroscópico facilitou a visualização de lesões de difícil acesso ao exame colposcópico, permitindo diminuir a porcentagem de doença residual em pacientes com colposcopias insatisfatórias submetidas à conização por cirurgia de alta freqüência.

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