Rev. bras. ginecol. obstet; 27 (1), 2005
Publication year: 2005
OBJETIVO:
identificar fatores indicadores da sintomatologia climatérica. PACIENTES E MÉTODOS:
estudo transversal de 254 mulheres pós-menopáusicas com idade entre 45 e 60 anos atendidas em Ambulatório de Climatério entre junho e outubro de 2002. Foram excluídas mulheres histerectomizadas ou sob terapia hormonal. As atitudes sobre a menopausa foram avaliadas por meio de instrumento construído a partir da adaptação de um questionário, constituindo-se de 11 questões referentes a atitudes positivas (vantagens) e 11 referentes a atitudes negativas (desvantagens) sobre a menopausa. Para a coleta de dados sociodemográficos e relacionados a variáveis reprodutivas e às condições de saúde da população estudada, utilizou-se questionário estruturado e previamente testado. A sintomatologia climatérica foi avaliada pelo índice de Kupperman e as atitudes sobre a menopausa por meio de instrumento específico. Os dados foram analisados pelo teste t de Student, análise de variância (ANOVA) e regressão linear múltipla. RESULTADOS:
de modo geral, a sintomatologia climatérica foi leve em 28 por cento, moderada em 42,3 por cento e intensa em 30,7 por cento dos casos. Os sintomas mais prevalentes foram a irritabilidade (87,1 por cento), as artralgias/mialgias (77,5 por cento) e a melancolia/tristeza (73,2 por cento), ao passo que os mais intensos foram as ondas de calor, a irritabilidade e a insônia. Sintomas vasomotores foram referidos por 60,2 por cento das entrevistadas. Mostraram-se indicadores da sintomatologia climatérica a cor, a atividade física regular e as atitudes com respeito a menopausa. A cor branca (p=0,02), a atividade física regular (p=0,04) e uma percepção positiva sobre a menopausa (p=0,01) associaram-se a sintomas climatéricos menos intensos. Em contrapartida, a percepção da menopausa como evento desvantajoso (atitude negativa) associou-se a pior sintomatologia climatérica (p<0,01). CONCLUSÕES:
no presente estudo, a sintomatologia climatérica foi influenciada por fatores psicossociais e pela atividade física, além do estado de hipoestrogenismo característico desse período