Rev. bras. ginecol. obstet; 27 (12), 2005
Publication year: 2005
OBJETIVOS:
avaliar a prevalência, características epidemiológicas (idade e procedência) e a taxa de transmissão vertical da infeccão pelo HTLV I/II em gestantes submetidas à triagem pré-natal de acordo com o Programa de Protecão à Gestante do Estado de Mato Grosso do Sul. MÉTODOS:
estudo descritivo transversal que incluiu 32.512 gestantes submetidas à triagem pré-natal no período de novembro de 2002 a outubro de 2003. Todas as gestantes da amostra foram submetidas aos testes sorológicos pelo método ELISA para o diagnóstico da infeccão pelo HTLV, sendo os casos positivos confirmados pelos métodos Western blot e/ou PCR. O diagnóstico neonatal de infeccão congênita foi realizado pela pesquisa de anticorpos anti-HTLV I/II confirmados por Western blot e PCR. A relacão entre as variáveis (idade e procedência) foi avaliada pelo teste do chi2, em tabelas de dupla entrada, considerando p<0,05 para rejeicão das hipóteses de nulidade (não existência da associacão entre a idade materna e infeccão pelo HTLV I/II e associacão entre procedência e positividade para a infeccão pelo HTLV I/II.). RESULTADOS:
encontrou-se prevalência de 0,1 por cento de gestantes infectadas pelo HTLV I/II (37) dentre as 32.512 pacientes triadas. A média de idade das gestantes infectadas pelo HTLV foi de 25,4n6,4 anos, sendo que houve predomínio de pacientes procedentes do interior do estado (78,4 por cento). Não houve associacão da idade com faixa etária materna e procedência. Apenas 8 (21,6 por cento da amostra) recém-nascidos foram avaliados quanto à presenca da infeccão congênita pelo HTLV I/II, todos com infeccão congênita confirmada. Apenas 1 recém-nascido (9 por cento) recebeu amamentacão natural. CONCLUSÕES:
a prevalência da infeccão pelo HTLV I/II em gestantes sul-matogrossenses foi menor que os valores encontrados em estudos com gestantes de países endêmicos. No entanto, esteve próximo às taxas encontradas em países considerados não endêmicos e em alguns estudos brasileiros. A transmissão vertical ocorreu em 100 por cento da amostra avaliada, mesmo a amamentacão sendo proscrita. Verificou-se a necessidade de aprimorar o seguimento das gestantes e seus recém-nascidos no estado, uma vez que a minoria dos recém-nascidos foram investigados quanto à ocorrência de transmissão vertical do HTLV.