Contracepção hormonal e anti-retrovirais em mulheres infectadas pelo HIV
Hormonal contraception and antiretroviral therapy among HIV-infected women

Rev. bras. ginecol. obstet; 28 (11), 2006
Publication year: 2006

Há controvérsia sobre a relação entre o uso de contraceptivos hormonais e o risco de adquirir o vírus da imunodeficiência humana (HIV), e pouco se sabe sobre os efeitos da contracepção hormonal em mulheres infectadas (efeitos colaterais, distúrbios menstruais, progressão da doença, interações com terapias anti-retrovirais). O objetivo deste artigo foi revisar os dados disponíveis quanto à vulnerabilidade ao HIV e à sua transmissibilidade na vigência do uso de contraceptivos hormonais bem como as conseqüências potenciais do uso desses contraceptivos por mulheres HIV-positivas sob terapia anti-retroviral (TARV), com ênfase nas interações medicamentosas. Concluiu-se que ainda não é possível elaborar recomendações, baseadas em evidências, sobre a contracepção hormonal em mulheres portadoras do HIV sob TARV. Assim, os infectologistas e os ginecologistas devem estar atentos às interações potenciais que possam representar aumento de efeitos adversos, individualizando a orientação sobre os esteróides contraceptivos, suas doses e vias de administração, considerando a TARV em uso.
There is much controversy regarding the realtionship between the use of hormonal contraceptives and the risk of acquiring human immunodeficiency virus (HIV), and little is known about the effects of hormonal contraception in HIV-infected women (adverse events, menstrual disorders, disease progression, antiretroviral therapy interactions). The aim of the present study was to review available data regarding HIV vulnerability and transmission associated with hormonal contraceptives and the use of these contraceptives by women on antiretroviral therapy, with emphasis on drug interactions. In conclusion, it was not possible to offer evidence-based recommendations for the use of hormonal contraceptives among HIV-infected women under antiretroviral therapy. Infectious disease specialists and gynecologists providing care should be cautious about potential drug interaction leading to increase in adverse events, individualizing contraceptive drugs, route, and dosage, according to the antiretroviral therapy under use.

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