Rev. bras. oftalmol; 75 (1), 2016
Publication year: 2016
RESUMO Objetivo:
Comparar a acuidade visual referida com a aferida no primeiro exame oftalmológico e correlacionar os achados com as variáveis: idade, gênero, escolaridade e nível de acuidade visual. Métodos:
Foram levantadas fichas de pacientes atendidos em primeira consulta oftalmológica em uma clínica particular no período de um ano. Comparou-se a acuidade visual referida na história clínica com a obtida no exame oftalmológico. Para a tomada da acuidade visual utilizou-se a tabela de Snellen. Os dados foram tabulados em planilha Excel e submetidos à análise estatística. Adotou-se o nível de significância p=0,05. Resultados:
Dos 300 pacientes avaliados, 66 (22%) apresentaram baixa visão (BV) ao exame oftalmológico; destes 46 (69,69%) referiram BV antes do exame e 20 (30,30%) não. Em relação ao gênero, não houve diferença estatística na presença (p=0,78) nem na percepção de BV (p=0,30). Todos os pacientes acima dos 75 anos tinham BV (p<0, 0001); não houve diferença estatística significativa em relação à percepção de BV entre as faixas etárias (p=0, 166). O nível de escolaridade não influenciou na presença de BV (p=0, 112) e nem na percepção de BV (p=0, 945). Com relação ao nível da acuidade visual, todos os pacientes com perda visual severa haviam se apercebido deste fato e referiram BV na anamnese. Conclusão:
Não houve diferença estatística significativa quanto à presença nem a percepção de BV entre gênero e escolaridade. No entanto, houve diferença estatística na presença de BV em relação às faixas etárias e na percepção de BV em relação ao nível de acuidade visual.
ABSTRACT Purpose:
Compare self-reported vision with visual function measured in the first ophthalmologic evaluation and correlate the findings with the following variables: age, gender, educational status and visual acuity. Methods:
Patients files treated in the first ophthalmologic evaluation at a private clinic were raised. Visual function measured at the appointment was carried out using the Snellen chart. Data has been tabulated in an Excel spreadsheet and subjected to statistical analysis (Fisher’s Exact test) in order to verify the influence of the variables according to p-value< 0.05. Results:
Out of 300 patients evaluated, 66 (22%) had low vision (LV) at the first ophthalmologic evaluation, 46 (69.69%) of them had reported LV before the exam and 20 (30.30%) had not. There was no statistical difference in the presence (p= 0.78) or in the perception of LV (p= 0.30) in relation to gender. All patients over 75 years-old had LV, which was significant in relation to the different age groups (p< 0.0001). There was no significant difference in relation to the perception of LV between age groups (p= 0.166). Conclusion:
Gender and educational status were not statistically significant. Age and visual acuity levels were significant according to the distribution of LV in those over 75 years-old and people with severe vision loss, respectively.