Biochemical and histological changes in liver of Nectomys squamipes naturally infected by Schistosoma mansoni
Alterações na bioquímica e histologia do fígado de Nectomys squamipes naturalmente infectado por Schistosoma mansoni

Rev. bras. parasitol. vet; 22 (4), 2013
Publication year: 2013

The South American water rat Nectomys squamipes is a wild mammal reservoir of Schistosoma mansoni in Brazil. In the present study, wild rodents were collected in the field and categorized into two groups: infected and uninfected by S. mansoni. Blood was collected to analyze changes in the serum glucose level (mg/dL) and liver fragments were used to determine the hepatic glycogen content (mg of glucose/g tissue). The histological examination showed inflammatory granulomatous lesions in different phases of development in the liver of rodents naturally infected with S. mansoni, in some cases with total or partial occlusion of the vascular lumen. Early lesions were characterized by the presence of inflammatory infiltrate around morphologically intact recently deposited eggs. Despite the significance of these histological lesions, the biochemical changes differed in extent. N. squamipes naturally infected by S. mansoni showed no variation in hepatic glycogen reserves. These findings were accompanied by a significant increase in plasma glucose contents, probably as a consequence of amino acids deamination, which are degraded, resulting in the formation of intermediates used as precursors for the glucose formation, without compromising the reserves of liver glycogen. In the wild, naturally infected N. squamipes can maintain S. mansoni infections without undergoing alterations in its carbohydrate metabolism, which minimizes the deleterious effects of S. mansoni.
Nectomys squamipes é um mamífero silvestre reservatório de Schistosoma mansoni no Brasil. No presente estudo, os roedores silvestres, colhidos no campo, foram classificados em dois grupos: infectado e não infectado por S. mansoni. O sangue foi colhido para análise da alteração no nível de glicose sérico (mg/dL) e fragmentos de fígado foram usados para determinar o conteúdo de glicogênio hepático (mg de glicose/g tecido). A análise histológica demonstrou lesões granulomatosas em diferentes fases de desenvolvimento no tecido hepático dos roedores naturalmente infectados com S. mansoni, localizados principalmente na região periportal, com total ou parcial oclusão do lúmen vascular. As lesões foram caracterizadas por presença de infiltrado inflamatório ao redor de ovos morfologicamente intactos recentemente depositados. Apesar da grande significância das lesões histológicas, as alterações bioquímicas não diferiram no mesmo grau. N. squamipes naturalmente por S. mansoni não apresentaram variação na reserva de glicogênio hepático. Esses achados foram acompanhados pelo aumento significativo nos conteúdos de glicose plasmática, provavelmente como consequência ao processo desaminativo de aminoácidos, que passam a ser degradados notadamente para a formação de glucose, sem contudo comprometer a reserva de glicogênio hepático. Em condições naturais a infecção de S. mansoni pode ser mantida usando N. squamipes como hospedeiro definitivo, sem alterações significativas nos conteúdos de glicogênio hepático, minimizando os efeitos deletérios causados por S. mansoni nos roedores N. squamipes naturalmente infectados.

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