Epidemiologia e impacto social
Epidemiology and social impact
Braz. J. Psychiatry (São Paulo, 1999, Impr.); 21 (supl.1), 1999
Publication year: 1999
A formulação de políticas em saúde mental depende essencialmente de informações a respeito da frequência e distribuição dos trantornos depressivos. Nos últimos 15 anos, pesquisas de base populacional em epidemiologia psiquiátrica têm sido conduzidas, gerando conhecimento detalhado sobre a frequência, fatores de risco, incapacidade social, e uso de serviços de saúde. Neste artigo, dados sobre a epidemiologia da depressão são discutidos, a partir de resultados de recentes pesquisas populacionais: o estudo da Área de Captação Epidemiológica do Instituo Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (ECA - NIMH), a Pesquisa Nacional de Co-morbidade (NCS), a pesquisa de Morbidade Psiquiátrica na Grã-Bretanha (OPCS), o Estudo Brasileiro Multicêntrico de Morbidade Psiquiátrica, e outras pesquisas conduzidas no Brasil em atenção primária. As prevalências de depressão maior e de distimia, bem como a de outros transtornos depressivos, são altas, independente do lugar onde a pesquisa foi conduzida, tipo de instrumento diagnóstico usado, e dos períodos de tempo para os quais a prevalência se aplica. Depressão é mais comum entre mulheres, pessoas divorciadas ou separadas, vivendo sozinhas, com baixo nível de escolaridade e renda, desempregados e morando em zonas urbanas. Pessoas deprimidas são mais sujeitas a consultarem médicos e a serem hospitalizadas. O custo e a eficácia dos tratamentos para depressão devem ser balanceados com o alto custo individual e social associado à enfermidade