Comportamento Violento e disfunção cerebral: estudo de homicidas no Rio de Janeiro
Violent Behavior and brain dysfunction: study of murderers in Rio de Janeiro

Braz. J. Psychiatry (São Paulo, 1999, Impr.); 22 (3), 2000
Publication year: 2000

Objetivos:

Estudar a correlação entre disfunção cerebral e psicopatia em homicidas.

Métodos:

Foram separados em dois grupos (psicopatas e não-psicopatas) 29 homicidas "normais" (não-psicóticos), detidos em uma delegacia policial e escolhidos aleatoriamente, com base no HARE PCL-R (escala de avaliação de psicopatia). Ambos os grupos foram submetidos a testagem neuropsicológica, sendo empregados testes voltados para atividade em lobo frontal (Trail Making Test A e B, e subtests do WAIS [Mosaico, Semelhanças e Símbolos Numéricos]).

Resultados:

Dos homicidas, 15 foram considerados psicopatas e 14, não psicopatas. O subteste Mosaico, do WAIS, constituiu-se em discriminador entre os dois grupos pela presença significativa de resultados negativos em não psicopatas (X2=5,37;G.L.=1;P<0,05). Como a prevalência de diagnósticos de dependência/abuso de álcool/drogas foi maior entre os psicopatas, conclui-se que esse fator não influiu significativamente na melhor performance neuropsicológica desse grupo.

Conclusões:

Há evidências de correlação entre disfunção cerebral frontal e comportamento homicida em não psicopatas. Sugere-se o emprego sistemático do PCL-R em populações forenses violentas, com o objetivo de atingir uma melhor depuração dos grupos estudados

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