Braz. J. Psychiatry (São Paulo, 1999, Impr.); 22 (4), 2000
Publication year: 2000
Objetivos:
Avaliar a cognição de pacientes esquizofrênicas idosas institucionalizadas. Comparar os subgrupos, divididos de acordo com o grau de escolaridade, quanto aos escores cognitivos e à duração da doença. Métodos:
Aplicou-se o Mini-Exame o Estado Mental (Mini-Mental State Examination - MEEM) e questionários de avaliação de duração do transtorno e de instrução e avaliou-se os medicamtnos usados por classe e esquema posológico em 38 pacientes idosas institucionalizadas com diagnóstico de esquizofrenia segundo os critérios da DSM-IV. Os dados foram obtidos dos prontuários das pacientes e em entrevista direta com as mesmas. o MEEM foi aplicado sem que os examinadores tivessem conhecimento do iagnóstico dos sujeitos, já que todas as 38 pacientes foram incialmente avaliadas e somente depos disso os procedimentos para o diagnóstico foram levados adiante. A média e o desvio-padrão foram obtidos apra o grupo total e a significância determinada com o teste t (0,05). Resultados:
A média de idade desses indivíduos (n=38) foi de 69,42 mais ou menos 6,8 (min=60, max=82) anos e a duração do transtorno foi de 40,36 mais ou menos 5,89 (min=29, max=56) anos. As pacientes analfabetas somam 18, as qu têm até 4 anos de educação são 14 e 6 têm mais de 4 e menos de 8 anos de educação. O escore d MEEM foi de 12,15 mais ou menos 5,97 (min=0, max=28) pontos. As pacientes com até 8 anos de educação formal (n=20) tiveram MEEM 10,05 mais ou msnos 5,22, com 40,35 mais ou menos 5,20 anos de doença. Comparando-se os grupos de escolaridade baixa/média e de analfabetos quanto à idade, ao tempo de doença e ao escore do MEEM (14,05 mais ou menos 5,97 e 10,05 mais ou menos 5,22, respectivamente), somente este último item apresentou diferença estatisticamente significativa (p<0,05). Conclusões:
As pacientes esquizofrênicas idosas institucionalizadas no Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira têm desempenho cognitivo medido pelo MEEM melhor do que os resultados de instituições americanas e inglesas. O número de anos de estudo correlaciona-se positivamente com o desempenho, isto é, analfabetas têm desempenho significativamente pior que pacientes com educação baixa/média. Apesar da longa duração, a pontuação no MEEM demonstra comprometimento cognitivo moderado, o que pode significar que haja também possibilidades adaptativas, desde que sob estrita supervisão.