Objetivo:

Avaliar no modelo murino o nível de colonizaçao de cartilagens costais e articulares, assim como os ligamentos pelo Trypanosoma cruzi.

Métodos:

Estudo histopatológico e histoquímico das cartilagens, ligamentos e musculatura esquelética em camundongos atímicos e eutímicos na fase aguda da doença de Chagas experimental.

Resultados:

Foi observado que em camundongos jovens, infectados com duas amostras polares de T. cruzi, as cartilagens, os ligamentos, a musculatura esquelética e a medula óssea apresentavam-se altamente colonizados pelo parasito. A colonizaçao do pericôndrio e ligamentos muitas vezes está associada com uma reaçao inflamatória em que predomina um infiltrado mononuclear. A idade é um fator importante na colonizaçao da cartilagem pelo parasito, sendo rara em camundongos adultos. A miosite observada no miocárdio e músculos esqueléticos de camundongos, que apresentam a resposta T-dependente intacta, muitas vezes mostra uma paralisia de membros posteriores. Neste caso, observamos certa freqüência de calcificaçao da fibra muscular demonstrada por testes histoquímicos. Camundongos atímicos (Nude) nao têm miosite nem calcificaçao, porém apresentam carga parasitária em níveis extraordinários na musculatura lisa e estriada.

Conclusoes:

Os fenômenos de paralisia na fase aguda aparecem com freqüência associados com calcificaçoes observadas na musculatura esquelética e a uma intensa miosite. Os resultados mostraram que estes aspectos da patologia da doença de Chagas experimental estao relacionados com a resposta T-dependente, pois camundongos atímicos nunca apresentaram o quadro acima descrito, apesar da intensa carga parasitária nos tecidos musculares. Cepas polares, quer sejam miotrópica ou reticulotrópicas, estao envolvidas com os fenômenos de paralisia. Os condrócitos sao colonizados pelo T. cruzi, assim como o pericôndrio, o que desencadeia um processo inflamatório local