Rev. bras. reumatol; 35 (6), 1995
Publication year: 1995
Objetivos:
Estudar a fertilidade numa amostra de populaçao de mulheres com lúpus eritematoso sistêmico (LES) da regiao de Campinas, comparando-as com populaçao de mulheres normais, analisando a ocorrência ou recorrência de abortos nestas populaçoes, a freqüência dos anticorpos anticardiolipina entre a lúpica e a importância dos fatores clínicos, laboratoriais e terapêuticos na história gestacional destas pacientes. Casuística e métodos:
Foram estudados retrospectivamente 186 pacientes do sexo feminino com LES diagnosticados e acompanhados no ambulatório da Disciplina de Reumatologia da Unicamp. O grupo-controle foi constituído por 131 mulheres hígidas. Resultado:
A taxa de fertilidade das lúpicas estudadas foi semelhante à da literatura, bem como à das mulheres normais do Estado Sao Paulo. Houve menor número de gestaçoes entre as pacientes, bem como o maior número de mulheres que nunca engravidaram, quando comparadas com as do grupo de mulheres hígidas. Houve número significativamente maior de abortos entre as pacientes, nao tendo sido verificado a associaçao com anticorpo anticardiolipina. Nao houve diferenças significativas em relaçao às manifestaçoes clínicas, laboratoriais e esquemas terapêuticos empregados quando comparados as lúpicas que engravidaram das que nunca tiveram gestaçao. Conclusoes:
1) As mulheres com LES no nosso meio nao apresentam taxas de fertilidade diferentes das normais; entretanto, o número de nulíparas foi maior, bem como o de múltiplas gravidezes foi menor nas pacientes, quando comparadas à controles normais; 2) abortos foram mais frequentes entre as pacientes, porém nesta casuística nao relacionou com anticorpos anticardiolipina; 3) nao houve interferência nas manifestaçoes clínicas,alteraçoes laboratoriais e da terapêutica utilizada sobre a história gestacional destas pacientes