Rev. bras. reumatol; 42 (1), 2002
Publication year: 2002
OBJETIVO:
Caracterizar os padrões eletrencefalográficos do sono alfa e sua associação com manifestações de dor e distúrbios do sono em pacientes com fibromialgia. MÉTODOS:
as manifestações de dor e as queixas relacionadas ao sono foram estudadas antes e após o registro noturno do sono em 40 pacientes com fibromialgia e 43 controles saudáveis. A análise da atividade alfa durante o sono não-REM foi realizada de forma cega, por meio de análise por domínio de tempo, análise espectral e análise visual. RESULTADOS:
três padrões distintos de atividade alfa foram detectados no sono: alfa fásico (simultâneo à atividade delta) em 50 por cento das pacientes, alfa tônico (contínuo ao longo do sono não-REM) em 20 por cento das pacientes e baixa atividade alfa nas demais 30 por cento das pacientes. O padrão de sono com baixa atividade alfa foi observado em 83,7 por cento das participantes do grupo controle (p < 0,01). Todas as pacientes com fibromialgia que apresentaram atividade alfa fásica no sono relatam piora da dor após o sono, em comparação com 58,3 por cento das pacientes com baixa atividade alfa (p < 0,01) e 25 por cento com alfa tônico (p < 0,01). O aumento no número de pontos de dor após o sono ocorreu em 90 por cento das pacientes com alfa fásico, 41,7 por cento daquelas com baixa atividade alfa e 25 por cento das pacientes com alfa tônico (p < 0,01). Pacientes com alfa fásico apresentavam história de dor com maior duração que as pacientes dos outros subgrupos (p < 0,01). Além disso, as pacientes com alfa fásico apresentaram menor tempo total de sono que as pacientes dos demais subgrupos (p < 0,05), assim como menor eficiência de sono e menor quantidade de sono de ondas lentas (p < 0,05) do que pacientes com alfa tônico. CONCLUSÕES:
a intrusão de ondas alfa durante o sono pode ser de diferentes padrões. A atividade fásica de alfa foi o padrão que melhor se correlacionou com as manifestações clínicas da fibromialgia.