Avaliação de fatores de risco coronário e dor torácica em lúpus eritematoso sistêmico
Coronary risk factors and thoracic pain in systemic lupus eruthematosus

Rev. bras. reumatol; 42 (3), 2002
Publication year: 2002

No passado, a avaliação de aterosclerose em lúpus eritematoso sistêmico (LES) limitava-se aos relatos necroscópicos. Nas últimas décadas, a aterosclerose prematura tem sido amplamente investigada em estudos epidemiológicos e apontada como uma das grandes responsáveis pelo espectro de morbidade e mortalidade em pacientes com LES.

Objetivo:

avaliar a freqüência de fatores de risco coronário tradicionais e dor torácica em pacientes com LES.

Métodos:

pacientes do sexo feminino com diagnóstico de LES há mais de cinco anos, idades entre 18 e 55 anos e que concordaram em participar do estudo.

Os fatores de risco coronário clássicos considerados foram:

hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes melito, HDL-c sérica (lipoproteínas de alta densidade – colesterol) < 35 mg/dL, LDL-c sérica (lipoproteínas de baixa densidade – colesterol) > igual 130 mg/dL, triglicéride sérico > igual 200 mg/dL, menopausa, tabagismo atual, obesidade e história familiar de doença arterial coronária (DAC) prematura.

Resultados:

participaram deste estudo 90 pacientes com 38 ± 10 anos e tempo de diagnóstico do LES de 128 ± 59 meses. Setenta e seis pacientes (84%) apresentaram pelo menos 1 dos 9 fatores de risco coronário tradicionais. As pacientes tiveram, em média, 2,3 ± 1,6 fatores de risco coronário clássicos. Houve correlação estatística positiva entre idade e número de fatores de risco para DAC.

Os fatores de risco mais freqüentemente observados foram:

HAS, LDL sérica > igual 130 mg/dL e menopausa. Das 8 pacientes (9%) com queixa de angina pectoris nos últimos seis meses que antecederam o estudo, 7 (87%) apresentavam pelo menos dois fatores de risco coronário clássicos, mostrando associação estatisticamente significante entre fatores de risco para DAC e angina. HAS e obesidade foram os fatores de risco coronário associados à angina.

Conclusões:

o conhecimento do papel da aterosclerose na morbidade e mortalidade do LES mostra a fundamental importância do reconhecimento e efetivo controle dos fatores de risco coronário potencialmente modificáveis e a valorização de dor torácica em mulheres jovens com LES.

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