Por que o Brasil ainda registra elevados coeficientes de transmissão vertical do HIV? Uma avaliação da qualidade da assistência prestada a gestantes / parturientes infectadas pelo HIV e seus recém-nascidos
Why does Brazil still report high rates of vertical HIV transmission? An evaluation of health care quality to HIV-infected pregnant women and their children

Rev. bras. saúde matern. infant; 5 (4), 2005
Publication year: 2005

OBJETIVOS:

avaliar a assistência prestada a parturientes HIV+ e seus recém-nascidos (RN), e determinar os coeficientes de transmissão vertical (TV) do HIV em quatro capitais brasileiras.

MÉTODOS:

foi realizado um estudo de coorte cuja população correspondeu a 1475 parturientes HIV+ e seus RN, assistidas de 1996 a 2003, em 17 maternidades públicas. As informações foram obtidas, retrospectivamente, a partir dos prontuários médicos e de um questionário estruturado (fase prospectiva) aplicado em 274 mulheres.

RESULTADOS:

quanto à assistência dispensada, verificou-se respectivamente nas fases retrospectiva e prospectiva do estudo, que cerca de 24 por cento e 27 por cento das gestantes não tiveram acesso sequer ao AZT oral; 19 por cento e 10 por cento das parturientes não receberam o AZT intravenoso; 8 por cento e 7 por cento dos bebês não foram medicados com o AZT solução oral. O coeficiente de TV foi de 5,6 por cento variando de 2,9 por cento a 7,5 por cento nas cidades, e sendo maior no parto vaginal (8 por cento) e na cirurgia cesariana não-eletiva (7 por cento).

CONCLUSÕES:

o Programa Brasileiro de Redução da TV do HIV se revela frágil no que diz respeito à sua organização, administração e avaliação nos serviços de saúde. Para melhor entendimento dessas etapas, nos vários níveis de gestão, um modelo-guia é sugerido.

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