Rev. bras. saúde matern. infant; 6 (2), 2006
Publication year: 2006
OBJETIVOS:
compreender o significado da experiência de não amamentar e as razões que levam as mães a seguirem tal recomendação. MÉTODOS:
estudo qualitativo onde a fenomenologia social foi tomada como referencial teórico-metodológico. O grupo estudado consistiu em 17 mães de um ambulatório infantil. Algumas mães eram HIV positivo, algumas apresentavam um status de infecção não determinado. Utilizou-se o método de análise de conteúdo. RESULTADOS:
entre as razões destacadas para não amamentar, foram identificados sentimentos de não se considerarem completas e valorizadas como mães. Vivenciar a não-amamentação implica na reestruturação da relação mães/bebê, traz preconceitos e discriminação. A não-amamentação é uma forma de impedir a infecção do bebê pelo HIV e uma forma de eximir-se de culpa, obtendo assim perdão da sociedade. CONCLUSÕES:
os resultados mostram que "não amamentar" - conduta indentificada pelo enfaixamento dos seios - é considerado doloroso e punitivo. Envolve o desejo de manter sadio o bebê e, mais do que aspectos biológicos, implica em questões sociais, culturais e emocionais. Parecem indicar ainda falta de atenção dos profissionais da área da saúde ao sentimento das mães, quando essas enfrentam o dilema da não-amamentação.
OBJECTIVES:
understand the implications of preventing mothers from breastfeeding and the reasons they follow recommendations not to breastfeed. METHODS:
a qualitative method where social phenomenology was used as a theoretical and methodological reference. The group consisted of 17 mothers in an outpatient pediatrics clinic. Some of the mothers were HIV positive; some had a non determined infectuous status. The content analysis method was used. RESULTS:
being prevented to breastfeed made mothers feel unfulfilled and belittled. Avoiding breastfeeding implies changing the mother and baby relationship. Prejudice and discrimination are present. Choosing not to breastfeed is a way to protect babies from HIV contamination avoiding guilt and winning Society's forgiveness. CONCLUSIONS:
results indicate that "breastfeeding prohibition"- displayed by breasts in dressing - is considered painful and harsh. It involves the wish of maintaining the baby healthy based more on social, cultural and emotional issues than in biological ones. It seems to indicate that healthcare professionals ignore mothers' feelings when these mothers are faced with the problem of not being able to breastfeed.