O objetivo deste artigo é apresentar reflexões teóricas a respeito dos modelos clássicos e dos novos paradigmas de organização do trabalho, associando-se aos aspectos psicodinâmicos que envolvem as vivências de prazer-sofrimento dos trabalhadores como uma forma de expressão do processo saúde-doença. Partimos da idéia de que a dinâmica psicopatológica originada do espaço do trabalho não é explicada apenas do ponto de vista biológico, psicológico ou social. A organização do trabalho contém aspectos biopsicossociais que podem determinar as manifestações do processo saúde-doença dos trabalhadores. Neste sentido, é importante esclarecer que o trabalho desencadeia, ao mesmo tempo, vivências de sofrimento e de prazer, querendo-se dizer com isso que não há saúde e doença isoladamente, mas se trata de um processo multideterminado. A análise destes modelos indica a existência de diferentes elementos que podem propiciar ora prazer, como a globalização do processo de trabalho e a participação, ora sofrimento, como a divisão de tarefas e de homens.