Análise da relação entre práticas parentais e o autoconceito de pré-escolares
An analysis of the relation between parental practices and preschoolers self-concept

Rev. bras. ter. comport. cogn; 13 (1), 2011
Publication year: 2011

O objetivo deste estudo foi relacionar as práticas parentais com a formação do autoconceito em pré-escolares. Participaram deste estudo 55 crianças de ambos os sexos, de escolas municipais da cidade de Curitiba, Paraná, e seus pais. Utilizado-se o método correlacional de estudo, as crianças tiveram seu autoconceito avaliado por meio de um instrumento de medida previamente selecionado. As práticas parentais foram levantadas por meio da observação de duas atividades de jogo com a tríade familiar, gravadas em vídeo e áudio.

As práticas parentais foram observadas e computadas por dois juízes cegos de acordo com as seguintes categorias:

Interação Verbal de Instrução Positiva (IP), Interação Verbal de Instrução Coercitiva (IC), Interação Verbal Simples (VS), Interação Verbal Positiva (VP), Interação Verbal Coercitiva (VC), Interação Não verbal Positiva (NVP), Interação Não verbal Aversiva (NVA), Faz pela criança (FP) Pela análise estatística encontrou-se que crianças com autoconceito positivo possuem pais que emitem uma quantidade maior de comportamentos positivamente reforçadores. Da mesma forma, crianças que apresentaram autoconceito negativo têm pais emitindo mais comportamentos coercitivos e ensinam mais por meio de comportamentos regidos por regras, e desta forma não promovem em seus filhos a aprendizagem da discriminação das contingências. Alguns pontos levantados na discussão dizem respeito ao fato de que na amostra o autoconceito dos meninos apresentou-se melhor estabelecido do que os das meninas da mesma faixa etária, bem como é mais elevado o autoconceito de crianças com famílias completas. Para a análise do comportamento o autoconceito é adquirido na relação com o outro, é a partir da interação com ambiente externo que a criança aprende a discriminar seus estímulos internos, e desta forma é construído com referência nas próprias experiências mediadas pela comunidade verbal.
This study aimed to relate parental practices to the establishment of self-concept in preschoolers. Participants were 55 children from both genders, registered in Curitiba city public schools, and their parents. It was used the correlation method of study, in which children had their self concept evaluated by a previously selected measurement tool. The parental practices were assessed by observing two game situations with the family triad, video and audio recorded. Categories related to the parental practices were developed in order to have them observed and counted by two blind judges.

The categories were:

Positive Instruction of Verbal Interaction (IP), Coercive Instruction of Verbal Interaction (IC), Simple Verbal Interaction (VS), Positive Verbal Interaction (VP), Coercive Verbal Interaction (VC), Positive Non-verbal Interaction (NVP), Coercive Non-verbal interaction (NVA), Doing for the child (FP). Through statistic analysis was found that children with a positive self-concept have parents that provide more positive reinforced behaviors. Children with a negative self-concept have more coercive parents, in other words, parents that teach more by rule controlled behaviors, making hard to their kids learn how to discriminate contingencies. In this sample the boys' self-concept was better established than those of girls of the same age. Children with intact families had also a higher self-concept. To Behavior Analysis the self-concept is acquired in the relationship with others. It is in the interaction with the external environment that the children learn to discriminate their inner stimuli, and thus built the self-concept based on the experiences mediated by the verbal community.

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