Demanda e utilizaçäo da UTI geral de um hospital público em Recife, Brasil
Demand and utilization of an intensive care unit of a public hospital in Recife, Brazil

Rev. bras. ter. intensiva; 10 (1), 1998
Publication year: 1998

O advento das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) significou para muitos pacientes a chance de recuperação anteriormente impossível. Infelizmente, por falta dessa oportunidade de assistência em UTI, vários pacientes vão a óbito diariamente nos hospitais públicos. Visando conhecer as relações entre oferta, demanda, necessidade e utilização de leitos de UTI da rede pública em Recife, foi realizado este estudo em um Hospital Público Geral do Sistema Único de Saúde (SUS). A utilização de leitos públicos de terapia intensiva por pacientes procedentes da rede privada são analisados, bem como a relação públicos privados de leitos de UTI.

Métodos:

Estudo longitudinal prospectivo sobre o desfecho dos pacientes que demandaram assistência na UTI do Hospital Agamenon Magalhães - HAM - em Recife, no período de janeiro de 1992 a junho de 1995. A demanda foi classificada em interna e externa, sendo a interna do próprio hospital e a externa de outros hospitais. A demanda interna foi analisada de acordo com sua origem, indicação de UTI por visão do intesivista, número de pacientes admitidos na Unidade e desfecho dos pacientes com necessidade e sem acesso à UTI por falta de vaga. A demanda externa foi classificada em pública ou privada e vinculação com o SUS.

Resultados:

A demanda total foi de 1.493 pacientes, sendo a interna de 79,2 por cento (1.183) e a externa, procedentes de outros hospitais, 20,8 por cento (310). Indicação correta de UTI foi confirmada em 86,6 por cento (1.025) da demanda interna, dos quais 67,6 por cento (693) foram admitidos. A demanda interna reprimida, com indicação de UTI confirmada, representou 32,4 por cento (332) e teve como desfechos: a) óbito 49,1 por cento (163), dos quais 71,8 por cento (117) ocorreram com menos de 24 horas do pedido de vaga; b) transferidos para outros hospitais 23,8 por cento (79); c) transferidos para outros setores 6,6 por cento (22) d) melhora clínica 6,0 por cento (20) e) ignorado 14,5 por cento (48). Em relação à demanda externa, 61,3 por cento (190) foram admitidos e 38,7 por cento (120) representaram a demanda externa reprimida, com desfecho não conhecido. Do total de pacientes admitidos na UTI, 52,9 por cento (467) receberam alta e 47,1 por cento (416) evoluíram para óbito. A oferta de leitos de UTI geral pública foi de 35 leitos, em contraste com 105 para a rede privada...

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