Rev. bras. ter. intensiva; 27 (4), 2015
Publication year: 2015
RESUMO Objetivo:
Avaliar a existência de interações medicamentosas potenciais na unidade de terapia intensiva de um hospital, com foco nos antimicrobianos. Métodos:
Estudo transversal, que analisou prescrições eletrônicas de pacientes da unidade de terapia intensiva de um hospital de ensino, avaliando potenciais interações medicamentosas relacionadas aos antimicrobianos, entre 1º de janeiro e 31 de março de 2014. O consumo dos antimicrobianos foi expresso em dose diária definida por 100 pacientes-dia. A busca e a classificação das interações foram realizadas com base no sistema Micromedex®. Resultados:
Foram analisadas prescrições diárias de 82 pacientes, totalizando 656 prescrições. Do total de medicamentos prescritos, 25% eram antimicrobianos, sendo meropenem, vancomicina e ceftriaxona os mais prescritos. Os antimicrobianos mais consumidos, segundo a metodologia de dose diária definida por 100 pacientes-dia, foram cefepime, meropenem, sulfametoxazol + trimetoprima e ciprofloxacino. A média de interações por paciente foi de 2,6. Entre as interações, 51% foram classificadas como contraindicadas ou de gravidade importante. Destacaram-se as interações altamente significativas (valor clínico 1 e 2), com prevalência de 98%. Conclusão:
Com o presente trabalho verifica-se que os antimicrobianos são uma classe frequentemente prescrita na unidade de terapia intensiva, apresentando elevada quantidade de interações medicamentosas potenciais, sendo a maior parte das interações considerada altamente significativa.
ABSTRACT Objective:
To evaluate the incidence of potential drug-drug interactions in an intensive care unit of a hospital, focusing on antimicrobial drugs. Methods:
This cross-sectional study analyzed electronic prescriptions of patients admitted to the intensive care unit of a teaching hospital between January 1 and March 31, 2014 and assessed potential drug-drug interactions associated with antimicrobial drugs. Antimicrobial drug consumption levels were expressed in daily doses per 100 patient-days. The search and classification of the interactions were based on the Micromedex® system. Results:
The daily prescriptions of 82 patients were analyzed, totaling 656 prescriptions. Antimicrobial drugs represented 25% of all prescription drugs, with meropenem, vancomycin and ceftriaxone being the most prescribed medications. According to the approach of daily dose per 100 patient-days, the most commonly used antimicrobial drugs were cefepime, meropenem, sulfamethoxazole + trimethoprim and ciprofloxacin. The mean number of interactions per patient was 2.6. Among the interactions, 51% were classified as contraindicated or significantly severe. Highly significant interactions (clinical value 1 and 2) were observed with a prevalence of 98%. Conclusion:
The current study demonstrated that antimicrobial drugs are frequently prescribed in intensive care units and present a very high number of potential drug-drug interactions, with most of them being considered highly significant.