Análise do conhecimento da população geral e profissionais de saúde sobre doação de órgãos após morte cardíaca
Analysis of knowledge of the general population and health professionals on organ donation after cardiac death
Rev. bras. ter. intensiva; 28 (3), 2016
Publication year: 2016
RESUMO Objetivo:
Avaliar o conhecimento e a aceitação da população e dos profissionais que trabalham em unidades de terapia intensiva sobre a doação de órgãos após morte cardíaca.Métodos:
Foram elencados os três hospitais com mais notificações de morte encefálica em Curitiba e estabelecidos dois grupos de entrevistados pelo mesmo questionário: o público geral, ou seja, acompanhantes de pacientes em unidades de terapia intensiva, e profissionais de saúde que trabalhavam nas mesmas unidades de terapia intensiva. O questionário aplicado perguntou sobre dados demográficos, a intenção de doar órgãos e o conhecimento da legislação vigente, bem como sobre morte encefálica e doação após morte cardíaca.Resultados:
No total, foram 543 questionários coletados, sendo 442 de familares e 101 de profissionais de saúde. Observou-se predomínio de mulheres e de católicos em ambos os grupos. O sexo feminino apresentou maior intenção de doar. Os profissionais de saúde tiveram um desempenho melhor na comparação de conhecimento. A intenção de doar órgãos foi significativamente maior no grupo de profissionais de saúde (p = 0,01). Não houve diferença significativa na intenção de doar com relação ao grau de instrução ou renda. Houve maior aceitação da doação após morte cardíaca não controlada entre os católicos, quando comparados com os evangélicos (p < 0,001).Conclusão:
A maioria da população geral teve intenção de doar, sendo maior a intenção no sexo feminino. Escolaridade e renda não influenciaram em tal decisão. A modalidade de transplante que utiliza doação após morte cardíaca não controlada não teve boa aceitação na população estudada, apontando para a necessidade de mais esclarecimentos para o uso no nosso meio.ABSTRACT Objective:
To evaluate the knowledge and acceptance of the public and professionals working in intensive care units regarding organ donation after cardiac death.Methods:
The three hospitals with the most brain death notifications in Curitiba were selected, and two groups of respondents were established for application of the same questionnaire: the general public (i.e., visitors of patients in intensive care units) and health professionals working in the same intensive care unit. The questionnaire contained questions concerning demographics, intention to donate organs and knowledge of current legislation regarding brain death and donation after cardiac death.Results:
In total, 543 questionnaires were collected, including 442 from family members and 101 from health professionals. There was a predominance of women and Catholics in both groups. More females intended to donate. Health professionals performed better in the knowledge comparison. The intention to donate organs was significantly higher in the health professionals group (p = 0.01). There was no significant difference in the intention to donate in terms of education level or income. There was a greater acceptance of donation after uncontrolled cardiac death among Catholics than among evangelicals (p < 0.001).Conclusion:
Most of the general population intended to donate, with greater intentions expressed by females. Education and income did not affect the decision. The type of transplant that used a donation after uncontrolled cardiac death was not well accepted in the study population, indicating the need for more clarification for its use in our setting.
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