Trauma é a maior causa de morte na faixa etária pediátrica em países desenvolvidos. Em nosso meio, é um dos menos conhecidos e mais sérios fenômenos de ordem social, econômica e médica. Com o objetivo de descrever a epidemiologia das injúrias na infância em um servito de emergência referência para atendimento do trauma no RS, estudamos 2.050 crianças (de zero a 12 anos de idade) no período de junho de 1989 a outubro de 1992, internadas no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) de Porto Alegre - RS - Brasil. Da amostra, 1.378 (67,2 por cento) eram do sexo masculino e 671 (32,7 por cento) do sexo feminino, e a faixa etária mais acometida foi a de escolares: 1.126 (55 por cento). O motivo de internaçäo mais freqüente foi o traumatismo crânio-encefálico (TCE) com 743 casos (36,2 por cento), seguido pelo politraumatismo, 324 (15,8 por cento) e queimaduras, 238 (11,6 por cento). O mecanismo de lesäo mais comum foi acidente de trânsito com 638 (31,2 por cento), a maioria atropelados, 511 (86,3 por cento). Quanto a evoluçäo, 1.478 (72,1 por cento) pacientes tiveram alta sem seqüelas, 469 (22,9 por cento) foram transferidos e 39 (1,9 por cento) evoluíram para o óbito em nosso hospital. O perfil do nosso paciente típico "acidentado" T um menino, em idade escolar, branco, atropelado por automóvel.