Morte encefálica e suas consequências - Um novo dignóstico? Um estudo prospectivo de nove meses
Brain death and their consequences - A new diagnosis? A nine months prospective study

Rev. bras. ter. intensiva; 9 (4), 1997
Publication year: 1997

A prática em medicina Intensiva precisa buscar novos horizontes de diagnóstico e manejo. Os receptores de órgäos têm aumentado e, por pressuposto, também o correto diagnóstico de Morte Encefálica (ME) e manejo dos potenciais doadores. Em uma UTI de 11 leitos, estudamos por nove meses os pacientes internados que evoluíam para ME, acompanhando suas complicaçöes e características. O presente trabalho revela que em nove meses houve 33 casos clinicamente comprovados de ME de um total de 355 internaçöes no período, representando 24 por cento dos óbitos. Mais de dois terços desses pacientes em ME estavam em condiçöes de doar um ou mais órgäos. A despeito da adequada vitalidade orgância, apenas para cinco pacientes foi autorizada a remoçäo de órgäos. Nao houve diferenças significativas entre doadores e näo doadores. O choque foi a complicaçäo que se manifestou em todos os pacientes com ME. Concluímos que a medicina intensiva precisa resgatar meios mais ágeis para os doadores, procurando equilibrar interesses que possam surgir na doaçäo de órgäos, tendo a postura ética como referencial. O envolvimento de todos os segmentos da sociedade com uma proposta de convivência mais solidária precisa ser buscada, bem como conhecemos a nossa realidade médica, aperfeiçoando nossa prática com diagnósticos tecnicamente modernos em um cenário já muito conhecido - da morte e o morrer.

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