Aspectos psicológicos na prevenção da aterosclerose na infância e na adolescência
Psychological aspects of preventing atherosclerosis in children and adolescents

Rev. ciênc. méd., (Campinas); 15 (6), 2006
Publication year: 2006

A aterosclerose na infância e na adolescência, freqüentemente associada à obesidade, tem sido o foco de estudos internacionais que procuram entender a sua ontogênese. Devido às graves conseqüências possíveis, a aterosclerose na infância e na adolescência não só demanda ações preventivas multidisciplinares capazes de reduzir os fatores de risco já amplamente identificados, como obesidade, hipercolesterolemia familiar, tabagismo e sedentarismo, dentre outros, mas também clama pelo controle de fatores não tão claramente identificados, mas que podem contribuir para a sua patogênese. Dentre as variáveis ainda pouco conhecidas, que poderiam estar envolvidas na ontogênese da aterosclerose, encontram-se os fatores psicológicos e o stress emocional. Neste artigo, os autores versam sobre os aspectos psicológicos envolvidos na prevenção da aterosclerose e enfatizam a necessidade de uma mudança acentuada de estilo de vida, tanto no que se relaciona às atividades físicas e nutricionais como também às relacionadas às medidas anti-stress. Hábitos inadequados utilizados como estratégias de enfrentamento do stress emocional excessivo, como comer em excesso, entre outros, devem ser objeto de medidas preventivas na infância e na adolescência, visando substituí-los por estratégias de coping adequadas que reduzam o risco envolvido. Profissionais da área da saúde devem estar alertas para esses fatores subjacentes que podem contribuir para o desenvolvimento da doença aterosclerótica. Este trabalho foi compilado durante as discussões para a elaboração das I Diretrizes de Prevenção da Aterosclerose na Infância e na Adolescência e serviu de base para as recomendações incluídas na seção denominada "Aspectos Psicológicos na Prevenção da Aterosclerose" das Diretrizes.
Childhood and adolescent atherosclerosis, frequently associated with obesity, has been the focus of international studies that try to understand its development. Given its serious consequences, childhood and adolescent atherosclerosis not only demands multidisciplinary preventive actions that are capable of reducing the already very well identified risk factors, such as obesity, smoking, inactivity and familial hypercholesterolemia - just to mention some - but also calls for the control of factors that have not been clearly identified but that can contribute to its pathogenesis. Psychological factors and emotional stress are among the variables that are not yet fully known but nevertheless could be involved in the development of atherosclerosis. In this article, the authors discuss the psychological aspects involved in the prevention of atherosclerosis and emphasize the need for a dramatic change in lifestyle, which includes changing the levels of physical activity and eating habits and finding ways to fight or avoid stress. Inadequate habits employed as strategies to cope with excessive emotional stress, such as binge eating and others, should be targeted for preventive actions in childhood and adolescence and substituted by adequate coping strategies that have lower levels of risk. Health care professionals need to be watchful for these additional factors that can contribute to the development of atherosclerotic disease. This work was compiled during the discussion phase of the "I Guideline for Preventing Atherosclerosis in Childhood and Adolescence" and served as the basis for the recommendations included in its "Psychological Aspects in Preventing Atherosclerosis" section.

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