Avaliação de dor em crianças e adolescentes portadores de doença falciforme
Pain evaluation in children and adolescents with sickle cell disease

Rev. ciênc. méd., (Campinas); 17 (3/6), 2008
Publication year: 2008

Objetivo Avaliar, em domicílio, a frequência, intensidade, localização e duração da dor em pacientes portadores de doença falciforme acompanhados no ambulatório de Hematologia Pediátrica do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo, Brasil. Métodos Foram avaliados pacientes portadores de doença falciforme, por meio de questionário domiciliar aplicado aos pacientes e pais/responsáveis. Para a mensuração da dor, utilizou-se a escala visual analógica e as escalas de faces e verbal. O grupo de estudo compreendeu 23 pacientes com idades entre 8 e 15 anos. Resultados Treze pacientes (56,5%) pertenciam ao sexo masculino; 16 (70,0%) apresentavam anemia falciforme, quatro (17,0%) tinham hemoglobinopatia SC e três (13,0%) eram portadores de S-beta+talassemia. Observou-se dor relacionada à doença falciforme em 12 pacientes (52,2%). A intensidade média da pior dor no período do estudo e a média mensal da dor foram 5,4 e 5,0, respectivamente; 9/12 (75,0%) tiveram dor em mais de um local; 100,0% usaram medidas farmacológicas em casa para alívio da dor. A dor teve maior impacto sobre as atividades escolares e lazer. Ao se correlacionar a nota da dor referida pelos pacientes com a aferida pelos pais ou responsáveis, observou-se que a nota destes foi significativamente maior (teste de Wilcoxon, p=0,013). Os escores de dor dos pais e pacientes não mostraram discordância significativa quando utilizado o teste de Kappa (p=0,001). Conclusão Os pacientes portadores de doença falciforme apresentaram dor de intensidade moderada nos períodos compreendidos entre as consultas médicas, com impacto negativo nas suas atividades diárias
Objective To evaluate the frequency, intensity, location and duration of pain in patients with sickle cell disease, monitored by the Pediatric Hematology Unit, Department of Pediatrics at Universidade Federal de São Paulo (São Paulo - Brazil). Methods Patients with sickle cell disease were evaluated by means of home-based questionnaires given to the patients and parents/caregivers.

For pain measurement we used three scales:

analog visual, faces and verbal. Results The study group comprised 23 patients (aged 8-15 years). Thirteen patients (56.5%) were male; 16 patients (70.0%) presented sickle cell anemia, 4 (17.0%) had sickle cell SC disease and 3 (13.0%) suffered from sickle cell disease Beta+thalassemia. We observed pain related to sickle cell disease in 12 patients (52.2%). The average intensity of the worst pain (at home) and monthly average pain were 5.4 and 5.0 respectively; 9/12 patients (75.0%) presented pain in more than one location per event; 100.0% reported using pharmacological measures at home to alleviate the pain; pain had a greater impact on school activities and leisure. The correlation, between the pain reported by the 23 patients and that reported by their respective caregivers, showed that the caregivers score was significantly higher (Wilcoxon test, p=0.013), but we did not observe significant divergence between them using the Kappa test (p=0.001). Conclusion Patients with sickle cell disease present moderate pain intensity between medical visits, with a negative impact on their daily activities

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