Anormalidades metabólicas e nutricionais apresentam implicaçöes prognósticas em várias enfermidades cirúrgicas, mas poucas informaçöes säo disponíveis com relaçäo ao cáncer pancreático. Nestas condiçöes, 40 pacientes consecutivos com câncer exócrino do pâncreas (excluíram-se os insulomas e as massas císticas) foram estudados quanto às determinaçöes nutricionais de natureza antropométrica e bioquímica, ao lado de testes de funçäo hepática, e estes achados foram correlacionados com a gravidade da doença e com os resultados pós-operatórios. A idade média desta populaçäo era de 55,3 ñ 11.8 anos (26-74), sendo 70% do sexo masculino. A cirurgia radical foi possível em 12,5% dos doentes: realizaram-se procedimentos paliativos em 75,0% e os casos restantes submeteram-ase a simples exploraçäo operatória. O peso de admissäo situava-se em 100,0 ñ 21.8% do ideal, mas estes casos referiam uma perda de peso no passado recente de 11,2 ñ 7,5 hg. A albumina foi calculada em 3,6 ñ 0,7 g/100 ml, de sorte que apenas metade desta casuística exbibia valores satisfatórios de 3,5 g/100 ml ou mais. Também a concentraçäo de linfócitos estava abaixo de 1500/mm3 em 47,5% dos pacientes. O tempo de hospitalizaçäo pós-operatória nesta série foi de 15,6 ñ 8.1 dias (4-37 dias). Verificou-se que a taxa de albumina nos doentes com alta antes do décimo dias, era superior â dos casos que necessitaram de 20 ou mais dias de hospitalizaçäo (p > 0,05). Também a bilirrubina total inicial correlacionou-se com a duraçäo da internaçäo (p < 0,05). As taxas de linfócitos elevadas associaram-se com operaçöes radicais e as linfopenias acentuadas com inoperabilidade (p = 0,05). Conclui-se que, a despeito de um peso corpóreo relativamente bem conservado à admissäo, os pacientes com câncer pancreático exócrino sofrem de variadas anormalidades metabólicas e nutricionais...