Rev. méd. Minas Gerais; 25 (S5), 2015
Publication year: 2015
Introdução:
a asma pode iniciar-se na idade pré-escolar e sua morbidade é elevada. Atualmente, o diagnóstico é centrado apenas no exame clínico, mas a espirometria é um método objetivo realizado rotineiramente em países desenvolvidos. No Brasil, ela é subutilizada e há poucos trabalhos acerca desse tema na literatura nacional. Objetivos:
avaliar a taxa de sucesso da espirometria em pré-escolares asmáticos. Metodologia:
foirealizado estudo transversal no Laboratório de Função Pulmonar do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais entre o período de 2009 e 2013. Foram coletados dados de 238 espirometrias de pré-escolares e destas foram triadas 64 crianças de três aseis anos, com diagnóstico médico de asma, excluindo-se, assim, os testes de pacientes com outros diagnósticos. As espirometrias foram realizadas com base nos critérios de reprodutibilidade e aceitabilidade preconizados pela American Thoracic Society (ATS). Os critérios de aceitabilidade foram:
ausência de artefatos nas curvas, início satisfatórioda inspiração, inspiração máxima antes do início do teste, evidência de esforço máximo, expiração sem hesitação e término adequado (platô no último segundo da curva expiratória forçada). Em todas as curvas o volume de retroextrapolação foi inferior a 5% da CVF. As curvas foram altamente reprodutíveis, com volumes pulmonares não variandomais de 5%. O paciente realizou quantas tentativas fossem necessárias. A taxa de sucesso foi calculada pelo número de espirometrias aceitáveis e reprodutíveis sobre o número de espirometrias não aceitáveis. Resultados:
foram avaliadas 64 crianças com diagnóstico de asma, 33 de sexo masculino e 31 de sexo feminino. A taxa de sucesso da espirometriafoi de 64% (IC 95%, 51,0-75,4). A taxa de sucesso estratificada por idade foi de 60 e 56%, respectivamente, para as idades de três e quatro anos; e 85 e 82%, respectivamente, para as idades de cinco e seis anos. Discussão:
a taxa de sucesso do estudo foi elevada e aumentou com a idade, o que reforça que a espirometria é um método não invasivo quepoderia ser normatizado nos laboratórios de função pulmonar e contribuiria para o adequado diagnóstico e manejo terapêutico da asma em pré-escolares. Conclusão:
a maioria das crianças conseguiu realizar a espirometria. Deve-se ter em vista que foi a primeira vezque as crianças realizaram o teste da espirometria, o que revela a viabilidade de aumentar essa taxa adaptando o laboratório às condições preconizadas pela ATS.
Introduction:
The asthma can emerge at the preschool age and it has a high morbidity. For the time being, it?s diagnosis is centered around the clinical exam. However, the spirometry is an objective method performed as a routine in developed countries to asses that diagnosis. In Brazil, this test is underexploited and there are only a few papers about this subject atthe national literature. Objectives:
Evaluate the success rate of the spirometry in preschools with asthma. Methodology:
A cross-sectional study was conducted at the Pulmonary Function Laboratory of theClinics Hospital, Federal University of Minas Gerais, Brazil, in the period between 2009 and 2013. Data of 238 spirometries were collected and 64 children from 3 to 6 years with medical diagnosis of asma were sorted, excluding, then, the tests of the patients with other pulmonarydiseases. The spirometries were performed based on thecriteria of reproducibility and acceptability recommendedby the American Thoracic Society (ATS). The acceptabilitycriteria were:
absence of artefacts at the curves, satisfactorybeginning of inspiration, maximum inspiration prior to the beginning of the test, evidence of maximum effort, expiration without hesitation and adequate finishing (presence of plateau at the last second of the forced expiratory curve). At all the curves, the volume of retro-extrapolationwas lesser than 5% the VFC. The curves were highly reproducible,with pulmonary volumes not variating more than 5%. The patient performed the test as many times as it was needed. The success rate was calculated by the number of acceptable and reproducible spirometries divided bythe number of non-acceptable spirometries. Results:
64 children with the diagnosis of asthma were evalued, 33 males and 31 females. The success rate was 64% (CI 95%, 51,0 ? 75,4). The success rate stratified by age was 60% and 56%, respectively, to the ages of 3 and 4 years old;and 85% e 82%, respectively, to the ages of 5 and 6 years old. Discussion:
The study?s success rate was elevated and has increased with age, with reinforces that the spirometry is a non-invasive method that could be normatized at the pulmonary function laboratories, and would contribute to the adequate diagnosis and therapeutic management ofasthma in preschool children. Conclusion:
The majority of the children was able to perform the spirometry. It has to be taken into consideration that is the first time those children managed to perform the spirometry test, which indicates feasibility to enhancing that rate by adapting the laboratory to the conditions endorsed by ATS.