Prevalência e fatores associados à prescrição/solicitação de suplementação alimentar em recém-nascidos
Prevalence and factors associated with the prescription/request for infant formula
Rev. Nutr. (Online); 29 (3), 2016
Publication year: 2016
RESUMO Objetivo Identificar a prevalência da utilização de suplemento alimentar em recém-nascidos e avaliar as características, os solicitantes e os motivos justificados para sua utilização em um "Hospital Amigo da Criança". Métodos Trata-se de estudo do tipo transversal, realizado com 113 díades mãe e filho de um hospital universitário com o título de "Amigo da Criança", no período de agosto de 2012 a fevereiro de 2013. A partir de um questionário estruturado, foram coletadas informações sociodemográficas, antecedentes obstétricos, condições de nascimento da criança, características do suplemento e prescritores. Foi realizada análise descritiva e inferencial (teste Qui-quadrado de Pearson), aceitando um nível de significância p?0,05, com intervalo de confiança de 95%. Resultados A prevalência de indicação de suplemento alimentar foi de 16,0%, com menor aderência para os nascidos nas primeiras horas do dia (p=0,006). O profissional de enfermagem foi o que mais solicitou o suplemento (54,0%), e no menor tempo (1 a 6 horas) após o nascimento da criança (p=0,05). Quanto aos motivos de indicação, apenas 6,2% atenderam às recomendações da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, destacando-se a hipogalactia como principal motivo (71,7%), com maior probabilidade de indicação para os recém-nascidos de parto cesáreo (p<0,02). Conclusão Apesar do título de "Hospital Amigo da Criança", foram identificadas inúmeras indicações de suplemento ali-mentar desnecessárias e precipitadas, o que pode dificultar o aleitamento materno e favorecer o desmame precoce, sugerindo a necessidade de uma avaliação mais criteriosa na indicação pela equipe assistencial.
ABSTRACT Objective To identify the prevalence of infant formula use and assess the characteristics, requesters, and reasons that justify its use in a Baby-Friendly Hospital. Methods This cross-sectional study included 113 mother/child dyads from a university hospital with the title "Baby-Friendly Hospital" from August 2012 to February 2013. A structured questionnaire collected sociodemographic data, obstetric history, newborn birth conditions, infant formula characteristics, and prescribers. Descriptive and inferential analyses (Pearson's Chi-square test) were conducted using a significance level of p?0.05 and a 95% confidence interval. Results The prevalence of infant formula prescription was of 16.0%, with smaller adherence in infants born in the first hours of the day (p=0.006). Nurses made the most requests (54.0%) and in the shortest period of time (1 to 6 hours) after delivery (p=0.05). Only 6.2% of the requests complied with the recommendations made by Baby-Friendly Hospitals, and the main reason for the request was hypogalactia (71.7%). Infant formula was more likely to be indicated to infants born by cesarean section (p<0.02). Conclusion Despite the title "Baby-Friendly Hospital", numerous unnecessary and hasty infant formula indications were identified, which may hinder breastfeeding and favor early weaning, suggesting that the care team needs to assess infant formula indication more thoroughly.