Associaçäo entre manifestaçöes estomatológicas e características socioeconômicas e culturais de crianças brasileiras e norte-americanas infectadas pelo HIV
The association between oral manifestations and the socioeconomic and cultural characteristics of HIV-infected children in Brazil and in the United States of America
Rev. panam. salud pública; 14 (2), 2003
Publication year: 2003
OBJETIVO:
Investigar as características socioeconômicas e culturais de crianças infectadas pelo HIV e de suas famílias, relacionando-as com a presença de manifestaçöes estomatológicas da AIDS, e identificar as manifestaçöes estomatológicas mais freqüentes na amostra estudada.MÉTODO:
A amostra foi composta por 184 crianças de ambos os sexos, com idade entre 0 e 13 anos, atendidas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Hospital Säo Lucas da Pontifícia Universidade Católica, em Porto Alegre, Brasil, e no hospital universitário da Universidade do Estado de Nova Iorque em Stony Brook, Estado de Nova Iorque, Estados Unidos. Os dados foram analisados pelos testes do qui-quadrado, t de Student e análise de variância.RESULTADOS:
Dos 184 pacientes, 63,59 por cento eram do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; 22,28 por cento do hospital de Stony Brook; e 14,13 por cento do Hospital Säo Lucas. Na amostra brasileira, 42,66 por cento das crianças residiam com os pais naturais (principalmente com a mäe), enquanto que nos Estados Unidos 56,10 por cento das crianças moravam com pais adotivos. Em relaçäo à renda, 39,86 por cento das famílias no Brasil ganhavam entre 180 e 450 dólares mensais; 33,57 por cento näo tinham renda ou näo forneceram seus dados. Nos Estados Unidos, a pergunta sobre renda näo foi autorizada, mas todas as famílias foram classificadas pelos assistentes sociais do hospital como tendo renda abaixo de 1 000 dólares. O HIV foi adquirido por transmissäo vertical em 97,20 por cento dos casos no Brasil e 97,56 por cento nos Estados Unidos. A freqüência das manifestaçöes estomatológicas foi maior nas crianças brasileiras (72,73 por cento) do que nas norte-americanas (53,66 por cento) (P = 0,01).CONCLUSÖES:
As condiçöes socioeconômicas e culturais, estrutura e renda familiar, acesso a informaçäo sobre AIDS e a adesäo aos esquemas terapêuticos influenciaram a freqüência das manifestaçöes estomatológicas nas duas amostras.
Objectives.