Fatores de risco sociais, familiares e comportamentais para obesidade em adolescentes
Social, familial, and behavioral risk factors for obesity in adolescents
Rev. panam. salud pública; 16 (4), 2004
Publication year: 2004
OBJETIVO:
Analisar fatores de risco sociais, familiares, comportamentais e psicológicos para obesidade na adolescência.MÉTODO:
Estudo de casos e controles aninhado a uma coorte de base populacional seguida desde o nascimento, em 1982. Os casos incluíram os adolescentes obesos conforme a definição da Organização Mundial da Saúde. Os controles foram constituídos por uma amostra aleatória da coorte, examinada em 1997 e 1998. Informações sobre fatores de risco foram obtidas dos arquivos da coorte, coletadas em diversas idades. A análise multivariada foi realizada por regressão logística.RESULTADOS:
Os fatores de risco variaram conforme o sexo. Em meninos, a renda familiar maior que 1 salário-mínimo ao nascer aumentou o risco de obesidade em 6 vezes; o traço de ansiedade aumentou esse risco em 4 vezes. O risco aumentou em 10 por cento para cada aumento unitário do índice de massa corporal materno pré-gestacional, em ambos os sexos. O peso materno atual, o fumo, a ingestão de gorduras, e o tempo despendido assistindo à televisão e em atividades físicas não se associaram com obesidade.CONCLUSÕES:
Os resultados indicam que é importante estratificar por sexo os dados de estudos sobre obesidade. Além disso, os fatores relativos a fases precoces da vida mostraram-se mais fortemente associados com obesidade em adolescentes do que os fatores medidos durante a adolescência. Entretanto, não se pode excluir a possibilidade de viés, por exemplo, em termos da informação fornecida pelos adolescentes acerca de dieta e exercício físico. Sempre que possível, o estudo dos fatores de risco contemporâneos para obesidade em adolescentes deve considerar o papel de fatores precoces na vida como prováveis fontes de confusão.
Objective. To examine the impact of different social, familial, and behavioral factors
on the risk of developing obesity in adolescents. Methods. We performed a case-control study nested in a population-based cohort that was followed from birth in 1982. Cases were adolescents with obesity, as defined by the World Health Organization. Controls came from a randomly chosen sample of members of the cohort, examined in 1997 and 1998. Information concerning risk factors was obtained from cohort records that were collected at different ages. Multivariate analysis was carried out using logistic regression. Results. Risk factors varied according to sex. Among boys, a family income at birth above one minimum wage was associated with a six-fold increase in obesity, and the presence of trait anxiety in adolescence with a four-fold increase. In both sexes, a oneunit increase in pre-pregnancy maternal body mass index was associated with a 10% increase in obesity. Smoking, fat consumption, time spent watching television or performing physical activity, and concurrent maternal weight were not associated with obesity. Conclusions. Our results show that it is important to stratify data from obesity studies according to sex. In addition, early-life factors were more strongly associated with obesity than factors present during adolescence. However, the possibility of reporting bias cannot be ruled out, especially in terms of the information provided on diet and physical exercise. Whenever possible, the study of concurrent risk factors for obesity in adolescence should take into account the confounding effect of early-life factors