Fatores de risco para anemia em crianças de 6 a 12 meses no Brasil
Risk factors for anemia among 6- to 12-month-old children in Brazil

Rev. panam. salud pública; 17 (2), 2005
Publication year: 2005

Objetivo. Estimar a prevalência de anemia e investigar os fatores de risco a ela associados em lactentes brasileiros que recebem atendimento na rede básica de saúde. Método. Estudo transversal com 2 715 crianças entre 6 e 12 meses de idade, residentes em 12 municípios das cinco regiões do Brasil. As mães ou responsáveis responderam a um questionário para coleta de informações sobre a criança e sua alimentação. Foram medidos o peso e a altura para determinação do estado nutricional. Também foi feita a dosagem da concentração de hemoglobina com fotômetro portátil HemoCue, considerando-se como anemia o nível < 11 g/dL. A prática alimentar considerou a situação das crianças no momento do estudo (current status). A associação entre as variáveis e a anemia foi verificada inicialmente por análise bivariada e posteriormente por regressão logística múltipla segundo modelo hierarquizado. Resultados. A prevalência média de anemia para todo o grupo foi de 65,4%.

A análise múltipla identificou os seguintes fatores de risco para anemia:

morar na Região Sudeste [razão de produtos cruzados, ou OR, de 1,57 (1,25 a 1,99)], idade materna inferior a 20 anos [OR = 1,58 (1,21 a 2,07)], peso ao nascer < 2 500 g [OR = 2,09 (1,48 a 2,95)], não receber leite materno [OR = 1,28 (1,02 a 1,61)] ou estar em aleitamento misto [OR = 1,40 (1,10 a 1,78)] e sexo masculino [OR = 1,24 (1,06 a 1,46)].Conclusões. A alta proporção de crianças anêmicas indica a necessidade de enfatizar, nos programas de pré-natal e puericultura do país, medidas de intervenção e controle desse distúrbio nutricional. Os presentes resultados podem orientar tais ações, que devem privilegiar os grupos de maior risco, como os bebês de baixo peso e os filhos de mães adolescentes
Objective. To estimate the prevalence of anemia and to determine associated risk factors among infants receiving routine health care in public clinics in Brazil. Method. This cross-sectional study included 2 715 infants between 6 and 12 months old in 12 cities, in all five of the geographic regions of Brazil. Information regarding the child and its feeding habits was obtained from the mother or other caregiver, using a questionnaire. Nutritional status was determined based on height and weight measurements. The hemoglobin concentration was measured using the HemoCue portable hemoglobinometer. Anemia was defined as hemoglobin < 11 g/dL. The infants’ eating habits were assessed based on what they were eating around the time of the questionnaire interviews. The association between anemia and the different variables was evaluated through bivariate analysis, followed by multiple logistic regression using a hierarchical selection model. Results. The prevalence of anemia for the entire group was 65.4%.

Multiple regression analysis identified the following risk factors for anemia:

living in the Southeast ern Region of Brazil (odds ratio (OR) = 1.57, 95% confidence interval (95% CI) = 1.25–1.99), maternal age < 20 years (OR = 1.58, 95% CI = 1.21–2.07), birthweight < 2 500 g (OR = 2.09, 95% CI = 1.48–2.95), not being breast-fed (OR = 1.28, 95% CI = 1.02–1.61), receiving both breast milk and other foods (OR = 1.40, 95% CI = 1.10–1.78), and male gender (OR = 1.24, 95% CI = 1.06–1.46). Conclusions. The high proportion of anemic children indicates the need to emphasize, in prenatal and infant health programs, intervention measures for anemia control. Our results could guide these measures, focusing on the groups at greatest risk, such as low birthweight babies and the children of adolescent mothers

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