Mortalidade infantil no Rio de Janeiro, Brasil: areas de risco e trajetoria dos pacientes ate os servicos de saude
Infant mortality in Rio de Janeiro, Brazil: higher risk areas, and patients travel for health services

Rev. panam. salud pública; 8 (3), 2000
Publication year: 2000

A taxa de mortalidade infantil e considerada sintese da qualidade de vida e do nivel de desenvolvimento de uma populacao. Entretanto, essa taxa e muito sensivel a acoes simples, como terapia de reidratacao oral, vacinacao e reversao do desmame precoce, cuja cobertura tem sido ampliada. Assim, a taxa de mortalidade infantil pode nao estar mais refletindo o modelo de desenvolvimento. Buscando um aprofundamneto da discussao sobre a mortalidade infantil, o presente estudo analisou os 153 bairros do Municipio do Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Nosso objetivo foi localizar areas de risco e grupos prioritarios de intervencao que visam diminuir a mortalidade infantil no municipio, abordando separadamente a mortalidade neonatal e posneonatal segundo os bairros. Alem disso, foram identificados os fluxos entre o local de residencia da crianca e o local de obito, relacionando-os a classificacao socioeconomica dos bairros. A baixa frequencia de nascimentos em alguns bairros impediu a caracterizacao de areas com risco de mortalidade estatisticamente significativo em relacao a media do municipio. Cerca de um terco das mortes foram consideradas redutiveis mediante praticas adequadas de diagnostico e tratamento. Somente 15 por cento das causas de morte foram consideradas inevitaveis. Os componentes da mortalidade infantil apresentaram distribuicao espacial dispersa, sem uma relacao direta com o perfil socioeconomico; a mudanca no perfil da mortalidade infantil e a possibilidade de intervencao parece deslocar-se cada vez mais para a esfera dos servicos de saude, especialmente os medico-assistenciais. O fluxo das criancas entre o local de residencia e o local de obito mostra o deslocamento originado nas areas mais pobres em direcao as mais ricas, que concentram a maior parte das unidades de saude. Essa tendencia reafirma o papel fundamental do acesso a assistencia medica de qualidade na determinacao da mortalidade infantil
The infant mortality rate has been considered a summary of the quality of life and level of development of a given population. However, this indicator is very sensitive to such simple measures as oral rehydration therapy, vaccination, and continuation of breast-feeding. Given that such health activities have become more widespread, an infant mortality rate may no longer reflect a particular development model. With the aim of broadening the discussion regarding infant mortality, this study analyzed the 153 neighborhoods of the city of Rio de Janeiro, Brazil. Our objective was to identify areas with more risk, and the priority groups for interventions to decrease infant mortality. We analyzed neonatal and postneonatal mortality in each neighborhood. We also identified the children’s home neighborhood and the location of their deaths and related these results to the socioeconomic classification of the corresponding neighborhoods. In relation to the average infant mortality rate for the city, we could not make statistically significant comparisons for some neighborhoods due to their small number of births. One-third of the infant deaths could have been prevented with early diagnosis and treatment. Only 15% of the deaths were considered unavoidable. Both neonatal mortality and postneonatal mortality were geographically dispersed, with no direct association with the socioeconomic profile of the neighborhoods. An analysis of the children’s place of residence and the location of their deaths showed flows of patients from poor areas to more affluent city areas with better health services. This pattern highlights the effect of access to quality medical care on infant mortality.

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