O artigo procura chamar a atenção para a afinidade de pensamento entre Hobbes, filósofo inglês do século XVII, e Freud. É possível estabelecer um fio condutor entre ambos os pensadores a partir de uma mesma filiação intelectual que tem suas raízes no século XVII com a obra de Galileu Galilei e culmina no século XIX com as teses positivistas de Augusto Comte. O autor procura chamar a atenção para as teses naturalistas que perpassam a obra hobbesiana e que influenciaram o pensamento de Freud, assim como o ideal racionalista baseado na possibilidade de compreensão das leis e dos princípios que regem a natureza. Assim como Hobbes fizera com as ciências políticas procurando inserí-las no rol de uma ciência natural determinada e previsível, Freud tentara fazer o mesmo em relação à psicologia humana. O autor também procura chamar a atenção para o fato de que Hobbes teria sido um antecessor de Freud ao entender o homem como um ser fundamentalmente desejante e que, exatamente por sê-lo, estrutura sua racionalidade e sua ação no mundo e na sociedade.